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Rebaixamento do Brasil por agência foi ‘achismo’, diz Mantega

De acordo com ministro da Fazenda, é ‘curioso’ S&P desconfiar da capacidade do governo de cumprir meta fiscal de 1,9% do PIB 

Foto do author Adriana Fernandes

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira, 1, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que decisão da agência de classificação de risco S&P de rebaixar a nota de crédito do Brasil foi "achismo".

"É curioso que, embora nós tenhamos acabado de fazer um superávit primário de 1,9% do PIB no ano passado, que se duvide que vamos fazer esse ano. Em vez de a empresa (S&P) dizer que vai observar o que vai acontecer, ela pega e diz que não vai acontecer. É

o achismo. Então, paciência. Cada um toma a decisão do jeito que quer", afirmou o ministro.

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Ele reafirmou que o governo vai cumprir a meta de superávit primário das contas públicas, como foi feito no ano passado. Também neste ano o objetivo é poupar o equivalente 1,9% do PIB para pagamentos dos juros da dívida pública.

Cenário internacional. O ministro avaliou que parece haver agora uma acomodação do mercado para uma nova situação em que a economia internacional se encaminha para um período de pós-crise. "Essa crise está sendo superada no mundo e os estímulos estão sendo retirados. Isso implicou uma acomodação da economia mundial", disse. Segundo ele, haverá "novas taxas de câmbio no mundo", que representam novo equilíbrio, e também novas taxas de juros. Ele destacou que no primeiro momento houve uma revoada de capitais para os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, mas agora que o mundo ganhou estabilidade e foi assimilada a nova postura do FED, os capitais voltam para os mercados que apresentam solidez e rentabilidade, como o Brasil.Ele ressaltou que os mercados dos países avançados não estão oferecendo rentabilidade para os capitais. "Baixada a poeira desse primeiro momento, agora me parece que estamos num período mais estável em que os capitais voltam para buscar atratividade dos países emergentes com outros patamares de câmbio. Na avaliação do ministro, a recuperação da bolsa e do mercado financeiro de forma geral no Brasil se deve à absorção da retirada dos estímulos monetários pelo FED. Em entrevista ao Broadcast, o ministro afirmou que há uma acomodação da turbulência que aconteceu no início do ano. "Os mercados emergentes estavam reagindo a essa nova posição das taxas de juros internacionais e houve volatilidade nas taxas de câmbio e de juros. Foi um período ruim para os emergentes de forma geral", disse.

Inflação na Copa. Um eventual aumento de preços no Brasil durante a realização da Copa do Mundo, entre junho e julho deste ano, será "normal", afirmou o ministro.

"A Copa vai produzir uma nova sazonalidade na inflação. É normal que haja aumento de preços numa Copa do Mundo, mas esses preços mais altos vão cair depois", afirmou Mantega.

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"É questão de demanda", disse. Segundo o ministro, o foco de análise sobre o impacto na economia brasileira da Copa do Mundo não deve ser apenas no lado dos preços, mas também no incremento dos negócios em setores diretamente envolvidos com o maior evento de futebol do mundo.

"É importante ver que a Copa vai ajudar no crescimento do setor de serviços", disse Mantega.

 

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