A crise é profunda, violenta e exige ação muito forte dos governos, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Nova York. De acordo com o ministro, mais precisa ser feito, principalmente, pelos países desenvolvidos. Mantega reconhece que a "recessão é inevitável no mundo, mas podemos evitar a depressão". "Notamos sinais de melhoria em alguns mercados e alguns indicadores econômicos", acrescentou, em palestra organizada pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.
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Uma das razões para a melhoria da confiança no mercado internacional, segundo ele, é a "atuação do G-20, as medidas anunciadas, o caminho que estamos trilhando com ações conjuntas entre os países". Pela atuação do grupo, acredita Mantega, "a confiança está sendo restabelecida".
Segundo ele, uma questão central para evitar uma piora será "equacionar" a situação dos bancos americanos. "As grandes instituições financeiras ainda estão fragilizadas. Ainda não vislumbramos saída" para ativos tóxicos. De acordo com o ministro, se não houver ação adequada dos EUA e Europa, "vamos arrastar" a crise.
Eletrobrás
O ministro afirmou também que, "no curto prazo, não existe nenhuma possibilidade de a Eletrobrás sair do (cálculo do) superávit primário. Para a Eletrobrás sair do cálculo, ela tem que ficar igual a Petrobras: uma empresa eficiente, lucrativa", disse.
Mantega disse que a retirada da Petrobras do superávit primário foi um "avanço nas contas públicas". A razão, explica o ministro, é que, inicialmente, a estatal foi adicionada ao cálculo das contas públicas para "ajudar o governo central a fazer o superávit primário". Agora, acrescentou, a Petrobras pode fazer investimentos com mais liberdade.
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