Hoje é o segundo dia do prazo para a troca das ações da Telesp por Brazilian Depositary Receipts (BDRs) da Telefónica de Espanha. A operação vai até o dia 30 de junho. O Bradesco é o único banco a aceitar a troca de qualquer cotista. BBV, Real, Santander e Banespa também prestarão o serviço, mas somente para clientes. Com relação às vantagens da troca, André Chan, do Dresdner Bank, acredita que o acionista só teria a ganhar com os BDRs. Ele explica que além da exposição a outros mercados e setores, o investidor passará a fazer parte do sólido circuito das telecoms européias. Chan acha que é mais arriscado para o acionista manter as ações de empresas locais, devido às incertezas que envolvem um mercado emergente. Para o analista do setor de telecomunicações da Merril Lynch em Nova York, Maurício Fernandes, não existe uma vantagem garantida para o investidor que optar pela troca. O que há com certeza é o risco de ficar com um papel sem muita liquidez. Caso a operação de troca seja um sucesso, quem ficar com ações da Teles terá uma ação com baixa capacidade de negociação. Bônus Sobre o prêmio de 40%, que a Telefónica ofereceu aos acionistas na troca por BDRs, Fernandes acha impossível dizer que o valor é justo. Segundo ele, seria necessário fazer um amplo estudo sobre os resultados e as projeções da empresa. Na opinião de Chan, para um investimento de longo prazo, ele colocaria outras empresas na frente. Ele aponta que a Tele Norte Leste pode, futuramente, tomar a posição da Telesp, dado o seu tamanho e liquidez. O prêmio de 40% foi calculado em cima da média da cotação dos papéis nos cinco dias anteriores ao anúncio da oferta, feita no dia 12 de janeiro. Depois disso, o prêmio se reduziu devido à valorização dos papéis da Telesp.