O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá se apresentar ao Senado de seis em seis meses para prestar contas das atividades da instituição financeira. A proposta foi aprovada por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) nesta quarta-feira, 21. Agora, será encaminhada à comissão especial que analisa a reforma do regimento do Senado e, posteriormente, submetida ao plenário.Apresentado pelo senador José Agripino (DEM-RN), o projeto pretendia levar o presidente do BNDES ao Senado a cada três meses, como ocorre com o presidente do Banco Central. Mas o relator da proposta, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), concluiu que há diferença de atuação entre as duas instituições, pois o BC trabalha com uma política diária e o BNDES com políticas de longo prazo.Sem que os governistas contestassem, representantes dos partidos de oposição afirmaram que hoje o BNDES é uma "caixa-preta". O presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), pré-candidato à Presidência da República no ano que vem, disse que de 2008 para cá o governo fez aportes de cerca de R$ 400 bilhões ao BNDES, que tem um orçamento quase paralelo ao orçamento da União, mas sem nenhum controle por parte do Parlamento.O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que, além de ser uma "caixa-preta", o BNDES faz empréstimos sigilosos, como os feitos a Cuba e a Angola, sem que ninguém saiba qual é a taxa de juros e mesmo a quantia cedida. As críticas foram feitas de maneira generalizada. Os presentes não responsabilizaram o atual presidente, Luciano Coutinho, que chegou a receber elogios.
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