RIO DE JANEIRO - A agência de classificação de risco Standard & Poor's indicou nesta terça-feira que não vê novo rebaixamento para o Brasil, o que significaria a perda do grau de investimento. A S&P destacou que isso só acontecerá se os indicadores externos tiverem forte deterioração e se o governo romper seu compromisso com políticas pragmáticas.
O Brasil obteve o grau de investimento em abril de 2008, pela Standard & Poor's (S&P). Em maio de 2008, foi a vez da Fitch Ratings e em setembro de 2009, a Moody's também deu uma nota grau de investimento para o País.
"Reduzir os ratings de novo é realmente um cenário que nós não estamos contemplando", disse a analista da agência Lisa Schineller, em uma conferência telefônica com analistas e jornalistas. A S&P disse que, apesar de ter identificado uma certa deterioração nas políticas fiscal e monetária brasileiras, o governo continua comprometido com o combate à inflação e com o cumprimento de metas de superávit primário. Na segunda-feira, a S&P cortou o rating soberano do Brasil para "BBB-", a faixa mais baixa da categoria de grau de investimento, ante "BBB", com perspectiva estável. Apesar disso, não houve grande impacto do anúncio sobre o mercado financeiro brasileiro, uma vez que o movimento já era esperado pelos investidores.