Almir Barbassa, Diretor financeiro e de RI da PetrobrásApesar de ter fechado a semana passada em alta de 4,3%, a Petrobrás está longe de seu melhor momento. Na última sexta-feira, o valor de mercado da companhia era metade do registrado em maio de 2008. Qual o motivo na queda acumulada nas ações?Para entender o que aconteceu é preciso olhar aquele momento de 2008 na comparação com os três anos anteriores. Entre 2005 e 2008, as ações ON subiram 347% e as PN, 328%. O Ibovespa, nesse período, subiu 195%. A Petrobrás descolocou completamente. Desde então, houve um ajuste grande em relação ao período anterior. Qual a relação entre a capitalização e o valor das ações?Fizemos a maior capitalização do mundo e isso pede um período maior de ajuste. Adquirimos 5 bilhões de barris de petróleo, o que é muito valioso, mas tem realização de longo prazo. Vamos começar a produzir os barris da cessão onerosa só em 2015. E a maioria dos investidores quer retornos em um período mais curto.Mas o governo aumentou sua participação na empresa e isso desagradou o mercado. Não está aí o motivo da queda?A ideia de prejuízo ao minoritário não se sustenta do ponto de vista lógico. Primeiro, o governo já tinha o controle da empresa. Segundo, o governo tem interesse no lucro da companhia. Caso contrário, seria matar a galinha dos ovos de ouro. E quais são as perspectivas? Esse ajuste da emissão e do crescimento de 2008 está perto de ser concluído. Não posso dizer que amanhã as ações vão subir, mas as informações que eu tenho mostram que vamos para outra fase.
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