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Retrofit faz renascer dois hotéis em e no Rio

Palácio abandonado por 12 anos e construção centenária em ruína ganham luxo e charme

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Por Redação
A Royal é a mais cara, com 280 m² no terraço, e as veresões standard se restringem a 50 m². Foto: Flávio Meyer/HTB Foto: Flávio Meyer/HTB

Cento e dez anos separam a abertura do Grande Hotel Bragança, que virou ruína, e a sua transformação no 55/Rio Hotel, inaugurado em 2016 para a Olimpíada. Também por obra de retrofit, um castelo largado por 12 anos no meio da Mata Atlântica renasceu com o nome de Palácio Tangará, em São Paulo.

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A revitalização do palácio de quatro andares envolveu de 850 a 900 profissionais, afirma Roberto Paiva, diretor executivo da HTB Engenharia e Construção, que conduziu as obras e foi premiada com o Master Imobiliário. "Exigiu planejamento intenso. Como é retrofit, apareciam modificações e surpresas ao longo do trabalho."

A história do Tangará começa em 1950, quando Baby Pignatari, membro do clã Matarazzo, encomendou ao arquiteto Oscar Niemeyer a construção de uma residência, no meio da Mata Atlântica. Não deu em nada. Foi somente na década de 1990 que um hotel de luxo com spa ergueu no mesmo local uma construção de 27 mil m², mas, após consumir US$ 40 milhões, a obra foi paralisada em 2001.

Iniciada em 2013, a reforma coordenada pela HTB ficou pronta em abril de 2017. No mês seguinte, o Palácio Tangará, com o conceito de oásis urbano, abriu suas portas. Entre outras coisas, tem duas piscinas – uma delas no subsolo –, salão de festas para 530 convidados e nove salas para eventos – a maior, Ballroom, recebe 400 pessoas.

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Todas as suítes têm vista para o Parque Burle Marx, uma área verde de 138 mil m², preservada e aberta ao público em 1995. O pé-direito é de 3,5 metros nas suítes. A mais cara, a Royal, tem 280 m² de área interna e 250 m² no terraço. Versão standard se restringe a 50 m². O uniforme da equipe de atendimento traz as cores do pássaro Tangará – azul, verde e preto –, que dá nome ao palácio.

Em seu voto, o júri diz que o "projeto minuciosamente planejado foi executado com esmero". Dividida em três fases, a ressurreição incluiu verificações da estrutura, adequação às normas vigentes e colocação de elevadores. A HTB fez as fundações, estrutura, fachada e cobertura. Entre os ajustes de modernização, destacam-se: reposicionamento de janelas, redesenho dos portais e lobby, demolição e reconstrução de paredes e readaptação dos banheiros.

Com acervo de 600 obras e 7 milhões de m² construídos, HTB fez esse trabalho de retrofit para a GTIS Partners, a dona do empreendimento que escolheu a operadora do hotel.

Palácio Tangará é o primeiro hotel na América Latina da bandeira alemã Oetker Collection, o braço hoteleiro do conglomerado alemão Oetker – dono da conhecida marca de fermento e gelatina e da empresa marítima Hamburg Sud. Entre as propriedades da Oetker Collection, está o Hotel du CapEden-Roc, na Riviera Francesa, que abriga celebridades desde os anos 1920.

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Do lado de cá do oceano, durante a década de 1930, o sambista Noel Rosa (1910­1937) era frequentador assíduo da Lapa carioca e um dos hóspedes do Grande Hotel Bragança, que entre outros artistas também recebeu a cantora Carmen Miranda (1909–1955) e o pintor Di Cavalcanti (1897–1976).

Foi uma fase áurea para o estabelecimento, que deixou de ser hotel nos anos 1940. Ao lado dos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, essa construção centenária foi repaginada e deu lugar a um novo hotel com 120 suítes.

A Gamaro Incorporadora resgatou o antigo Hotel Bragança, inaugurado em 1906, mas abandonado durante meio século. "Projeto contemplou restauração do prédio e inserção de nova edificação", diz o voto da comissão julgadora, classificando o projeto "como uma referência na Lapa, contribuindo para a qualificação urbana da região".

O 55/Rio Hotel faz referência ao código de área telefônico do País e homenageia a cidade. As obras duraram três anos, diz a presidente da Gamaro, Angela Freitas, que calcula o investimento em R$ 60 milhões.

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"O principal motivo foi a paixão pelo restauro de prédios históricos", conta, lembrando que o local era uma ruína no coração do Rio.

A Gamaro também recuperou o prédio vizinho, preservando integralmente a arquitetura original. Nos dois edifícios, ficam 14 suítes. Nos fundos do terreno, foi construída uma torre de oito pavimentos, com 106 quartos e terraço na cobertura.

Em estilo moderno, o anexo de vidro, aço e concreto “ficou bem integrado” aos dois prédios antigos, avalia Angela. O pátio com jardins e pergolados liga os dois estilos arquitetônicos, compondo um desenho que remete à passagem do tempo, entre o clássico e o atual.

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