O Instituto de Estatísticas e Censos (Indec) da Argentina anunciou que das 500 maiores empresas instaladas no país, apenas 33% são de capital nativo. O anúncio mostra que a "estrangeirização" da economia argentina não parou de crescer desde o início dos anos 90, quando o então presidente Carlos Menem (1989-99) abriu a economia e privatizou as estatais. Segundo o Indec, em 1993, no ranking das empresas mais importantes instaladas no país, as nacionais eram mais da metade do total, chegando a 56%. As estrangeiras representavam 44%. Os dados do Indec indicam que as empresas nacionais, que equivalem a 33% das principais 500, obtêm somente 10% do total dos lucros. Segundo os dados do Indec, o processo de estrangeirização das empresas argentinas deteve-se entre os anos 2003 e 2004. Os analistas indicam que começam a surgir sinais de compras de empresas anteriormente argentinas - atualmente estrangeiras - por parte de capitais nacionais. Mas, por enquanto a proporção ainda é pequena (e o fenômeno é muito recente) para saber se trata-se de uma nova tendência. O processo de venda de empresas argentinas para capitais provenientes do exterior foi forte nos anos 90. Mas, a partir da crise de 2001-2002, o fenômeno voltou a ressurgir. De lá para cá, empresas brasileiras e mexicanas foram à caça das últimas grandes empresas ainda em mãos argentinas. No caso brasileiro, ocorreram as compras da cervejeira Quilmes pela AmBev, da energética Pecom pela Petrobras, do frigorífico Swift pelo Friboi, e da maior empresa de cimento do país, Loma Negra, pela Camargo Correa, entre outras.