Por que CEOs preferem trabalho presencial ao home office? Ex-chefe de RH do Google explica

Cinco anos após o início da pandemia, empresas estão recuando gradualmente do trabalho remoto para o presencial

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Por Chloe Berger (Fortune)
Atualização:

Cinco anos após o início da pandemia, algumas empresas lentamente recuaram de suas políticas flexíveis. Muitos executivos passaram de oferecer trabalho remoto gradualmente menor para modelos semihíbridos e, por fim, semanas totalmente presenciais. É uma estratégia de “jogar areia nos olhos” que Laszlo Bock, consultor e ex-executivo sênior do Google, chamou de “método de ferver o sapo” em 2022, prevendo que continuaria nos anos seguintes.

Fiel à previsão de Bock, empresas como Amazon, AT&T, WPP e agora JP Morgan recentemente abandonaram o trabalho remoto. O fato de o JP Morgan retornar ao presencial é um movimento natural, dado o perfil da liderança da empresa. “Jamie Dimon sempre foi muito consistente em sua aversão ao trabalho remoto e híbrido, então a maior surpresa é que o anúncio demorou tanto para acontecer”, diz Bock à Fortune, acrescentando que a medida é “100% consistente com o mundo financeiro”, considerando que “o setor bancário, em geral, esteve na linha de frente para trazer os trabalhadores de volta ao escritório”. Procurado pela reportagem, o JP Morgan não quis comentar.

CEOs preferem modelos de trabalho presenciais devido a inseguranças, segundo ex-chefe de RH do Google Foto: Getty Images/VioletaStoimenova

Semana de quatro dias

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O mercado de trabalho está começando a atingir uma nova estabilidade em relação ao trabalho remoto. Estamos a alguns anos do que seria “um novo normal”, diz Bock, acrescentando que o número de dias de trabalho remoto caiu 2% ao ano desde que era de 32% em julho de 2022, atingindo o atual patamar de 26% a 27%.

Provavelmente, o mundo mais tradicional de finanças, grandes empresas de tecnologia e consultorias deve estabilizar em 20%, “ainda mais do que antes da pandemia, mas muito longe do pico durante a pandemia”. Isso significa que não será apenas o JP Morgan a continuar pressionando os funcionários para voltarem ao escritório. No entanto, nem todas as empresas do setor provavelmente serão tão rigorosas em relação ao trabalho remoto e podem estar mais abertas a opções híbridas.

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Bock observa que o trabalho híbrido estabilizou em 25% na economia, especialmente em setores de colarinho branco. “Mas as empresas de tecnologia e finanças continuarão ‘fervendo o sapo’ e implementando gradualmente ordens de retorno ao escritório”, acrescenta.

Os 3 fatores que levam CEOs a emitirem mandatos de retorno ao escritório

Não é apenas Dimon, do JP Morgan, que está impaciente com o retorno ao escritório em 2025. Na visão de Bock, três fatores impulsionam o retorno ao modelo de trabalho presencial pelos executivos:

  1. A insegurança dos CEOs de que as pessoas não estão trabalhando quando não são supervisionadas;
  2. Pressão por maior desempenho nos negócios;
  3. Os resultados das eleições, que fazem as empresas se sentirem “mais seguras para pressionar seus funcionários”.

Os CEOs que sentem o chamado para retornar ao tradicional trabalho presencial ainda não foram convencidos pelos dados disponíveis. E, como Bock afirma, há uma “falta de evidências massivamente esmagadoras a favor do trabalho híbrido ou remoto”. Ao analisar pesquisas compiladas, Bock diz que o trabalho totalmente remoto apresenta uma variação de produtividade entre 13% e -30%, enquanto melhora a retenção e o bem-estar. O trabalho híbrido é amplamente neutro em termos de produtividade, ele acrescenta.

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Dito isso, os dados não são suficientemente “positivos e universais para convencer os CEOs a se desviarem da tradição”. Talvez, se houvesse um grande aumento de produtividade com o trabalho híbrido, isso os satisfizesse. “Mas os CEOs não leem revistas acadêmicas, e os acadêmicos não evangelizam, então continuaremos vendo o triunfo gradual da gestão tradicional sobre a inovação”.

“Para deixar claro, o trabalho híbrido é melhor para as pessoas e sem custo para as empresas”, conclui. “Mas os CEOs não acreditam nisso.”

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