Eis, então, que uma amiga lhe deu uma ideia: por que não realizar aquele velho sonho de ficar um ano fora, deixar o inglês realmente fluente e simplesmente sair "fora do ar" por uns tempos?
Mas, em um momento em que a economia brasileira está bombando, fica a dúvida: será que o momento de fazer isso é agora?
Curiosamente, conversei recentemente com professores da Iese Business School, de São Paulo, sobre o tema. Especialmente entre "candidatos a executivos" (alunos de MBA, vindos de escolas de boa reputação), existe mesmo um certo medo atualmente de que o ano fora possa se tornar um "ano perdido". (No entanto, agora numa avaliação pessoal, um ano no exterior nunca pode ser chamado de perdido)
Para não perder oportunidades profissionais, alguns jovens estão se privando da experiência internacional e optando por cursos bem estruturados (muitas vezes chancelados por universidades estrangeiras) ministrados no País. Assim, com um bom grau de esforço, equilibram o avanço profissional e o educacional.
É preciso ressalvar, no entanto, que um curso no Brasil não ganha o mesmo valor entre recrutadores e especialistas em RH. Isso porque a experiência internacional, além do contato com métodos de ensino completamente diferentes do brasileiro, traz atrelada uma série de outras vivências: além da capacidade de "se virar" em um ambiente estranho, o aluno internacional tem que enfrentar a barreira do idioma (o que geralmente leva à fluência), pode fazer um estágio interessante e, acima de tudo, conhecer pessoas novas, fazendo bons contatos.
Neste sentido, parece-me certo dizer à leitora de que uma experiência internacional é sempre válida. Se a economia estiver bem dentro de um ano, haverá espaço para os que já estão aqui e também para os que estiverem retornando do exterior. Se as coisas não andarem tão bem, todo mundo vai ter o mesmo grau de dificuldade. E algumas empresas podem até preferir alguém que esteja voltando com a cabeça aberta, após uma temporada com experiências interessantes.
Ou seja: não dá para usar a economia em crescimento como desculpa para não dar um grande salto (em termos pessoais e profissionais).