A questão não é mais se os CEOs estão ou não preparados para um mundo em que os impactos positivos no setor ambiental, social e de governança serão cada vez mais cobrados pela sociedade, investidores e acionistas. Os altos executivos vão ter de se preparar, sob pena de ficarem rapidamente fora do jogo.
“Estamos evoluindo, mas só faltam 8 anos para 2030, quando algumas metas importantes na área ambiental já vão ter que ser atingidas. Precisamos falar cada vez mais sobre isso. Somos responsáveis por desenvolver as pessoas que estão em condições sociais mais desfavoráveis do que nós. Temos que cuidar da nossa casa, somos parte de um todo que não podemos destruir”, afirmou Marcela Argollo, sócia da All For You e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Summit ESG do Estadão.
Leia também
:quality(80):focal(-5x-5:5x5)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/estadao/I4622CO75VPZZGJKHKPBK6HBH4.jpg 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/GBxz6_l6irRjri02z8V3Nw3YxYU=/768x0/filters:format(jpg):quality(80):focal(-5x-5:5x5)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/estadao/I4622CO75VPZZGJKHKPBK6HBH4.jpg 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/DmiJEqJWYleo7dj0wWEi2Cdlpm8=/936x0/filters:format(jpg):quality(80):focal(-5x-5:5x5)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/estadao/I4622CO75VPZZGJKHKPBK6HBH4.jpg 1322w)
Se educação no sentido amplo é uma questão básica, apontar caminhos por onde a empresa deve caminhar também é, segundo Ricardo Carvalho, CEO da CBA, presidente do Conselho do Instituto Votorantim e do Conselho Diretor da Abal. “A consciência sobre a questão ESG aumenta a cada dia. É preciso ter certeza que estamos preparados para lidar com o tema e termos um caminho bem traçado, com metas baseadas na ciência e bem embasadas do ponto de vista de certificação”, explicou Carvalho no Summit ESG.
De acordo com um dos líderes do setor de alumínio, as empresas sérias nos preceitos do ESG já estão gerando valor no momento. Não é algo que vai chegar apenas no futuro. “Existem fundos que só investem em empresas que estão com bons planos. Além de ser um motivo para atração de talentos. É impressionante, acho ótimo e um sinal dos tempos. Mas hoje, jovens talentos, quando nos procuram, perguntam sobre quais são as práticas ambientais e sociais que estamos seguindo.”
O círculo corporativo em que o consultor Arthur Ramos, diretor executivo do BCG Brasil, atua corrobora a visão do CEO da CBA. “Não se faz mais estratégia sem falar da questão climática. Fazer a coisa bem feita nessa área e de forma relevante para o meu negócio começa a ser captado pelo mercado de capitais em termos de geração de valor”, disse Ramos.
Segundo ele, especialista no setor de energia, empresas globais de energia renovável, nos últimos anos, cresceram mais do que a média do setor. Além de que as grandes corporações do setor de óleo e gás perderam 20% dos seus valores de mercado. “É importante saber o impacto social do meu negócio. Se eu tenho, por exemplo, uma espécie de licença social para operar. Se faço produtos corretos e assim por diante”, disse o consultor. Cair no risco da prática do socialwashing ou do greenwashing pode ser fatal nos dias de hoje, na visão de Ramos.
Rotina
Totalmente no sentido contrário, a Ambipar Environment, segundo a CEO Cristina Andriotti, já está com o assunto muito enraizado no dia a dia dos negócios. “O ESG é business para a empresa. Temos a preocupação ambiental, com as pessoas, em gerar valor e ajudar a formar as novas gerações”, explicou a executiva do grupo. “Nesse sentido, o G é o primeiro passo que nós damos. O caminhar pelo ESG faz a empresa captar valor imediatamente, seja pelo retorno do capital, seja pela preocupação com as pessoas e o meio ambiente”, afirmou Cristina, no Summit ESG.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Notícias em alta | Economia
Veja mais em economia