O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, José Tavares, tentou hoje desfazer a interpretação de que a lista de referência de preços dos combustíveis nos Estados, divulgada na semana passada pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, seria uma espécie de controle dos preços pelo governo. "A lista é um instrumento de fiscalização. Não é de forma alguma um controle de preços", disse. O secretário alertou que "nenhum posto" está autorizado a promover aumentos porque os seus preços estão abaixo dos valores fixados na lista de referência do Ministério de Minas e Energia. O secretário condenou o uso do controle de preços pelo governo, que, segundo ele, não soluciona o problema de práticas abusivas no setor. "Não tenho dúvida, como especialista na área de concorrência, que o controle de preços não resolve a questão", afirmou. Para ele, a solução de controle de preços é um paliativo que, a despeito de trazer "aparentes vantagens" ao consumidor nos casos de abusos mais gritantes, leva à ineficiência econômica, trazendo prejuízos no longo prazo. A prática de cartel, na sua avaliação, é em boa parte decorrente da política de tabelamento dos preços dos combustíveis, que "durante anos fez com que os donos de postos se unissem em prol das pressões sobre o governo por aumento dos valores tabelados".