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Temor com a gripe suína derruba mercados mundiais

Implicações de uma pandemia na economia mundial assustam investidores; Bovespa cai mais de 2%

Foto do author Cynthia Decloedt
Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e da Agência Estado

A perspectiva de a gripe suína ser classificada como pandemia e as prováveis implicações na já debilitada economia global pesaram nos mercados acionários em todo o mundo, assim como no euro e nas cotações de várias commodities, incluindo as metálicas e o petróleo. O comitê de emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) está reunido para definir uma possível elevação do nível de alerta ao risco de pandemia do atual nível três - transmissão predominantemente em animais com poucos casos entre humanos - para o nível quatro - transmissão sustentada de humano para humano - ou cinco - pandemia.

 

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No México, o ministro da saúde anunciou que supostamente 149 pessoas podem ter morrido em consequência da gripe suína, enquanto que nos Estados Unidos já há 40 casos confirmados.

 

Os índices acionários, que abriram em forte baixa, tiveram suas perdas minimizadas pelos ganhos das ações das companhias farmacêuticas e de setores defensivos. Já os papéis das companhias aéreas e de empresas do setor de turismo estiveram entre os que mais perderam. Ações também do setor de alimentos, especificamente de produtos suínos, também estiveram entre os mais vendidos.

 

Às 15h17, a Bolsa de Valores de São Paulo caía 2,23%, aos 45.728 pontos. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones caía 0,47% e o S&P 500 recuava 0,78%; o índice Nasdaq operava em baixa de 0,58%. Londres fechou em alta de 0,27%, Frankfurt subiu 0,42% e Paris caiu 0,01%.

 

Em Nova York, as ações da farmacêutica Glaxo SmithKline subiram mais de 7%, enquanto as da Roche avançaram 4%. Ambas fabricam drogas contra diversas variantes da gripe, embora ainda não se saiba qual será o impacto da disseminação da doença sobre as vendas. Entre as companhias aéreas, Delta Air Lines recuou 12,69%, Continental Airlines perdeu 11,02% e o Starwood Hotels caiu 7,59%. No setor alimentício, Smithfield Foods recuou 12,11%, apesar de ter anunciado que não encontrou sinais ou sintomas de gripe suína em seu rebanho ou em seus funcionários no México. A Tyson Foods perdeu 10%.

 

Na Europa, as ações da British Airways fecharam em queda de 7,75% e as da Air France-KLM recuaram 6,47%.

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Fora do cenário da gripe, a General Motors divulgou seu plano de viabilidade, prometendo demissão de 21 mil funcionários, o fechamento da Pontiac e de 42% das concessionárias. Comunicado da montadora informa que a GM propôs a troca de 50% de sua dívida com o Departamento do Tesouro dos EUA e com o sindicato dos trabalhadores, o United Auto Workers (UAW) por ações da empresa e, com isso, espera uma redução de pelo menos US$ 20 bilhões em seu débito com as duas partes.

 

A agência Dow Jones informou que, com essa operação, 89% das ações da GM reestruturada ficariam com o Tesouro e com o UAW e isso permitiria que a montadora recebesse mais US$ 11,6 bilhões em ajuda federal. Os papéis da GM subiram 20%.

 

O euro caía 0,87% para US$ 1,3130 no mesmo horário. No meio da manhã, caiu abaixo de US$ 1,31, invertendo ganhos da semana passada que levaram a moeda para acima de US$ 1,33. Na mínima, o euro caiu a US$ 1,3008. Nas trocas entre dólares e ienes, a aversão ao risco favoreceu o iene e o dólar caía 0,56% no mesmo horário para 96,63 ienes.

 

O petróleo WTI caiu até US$ 48,01 o barril na Nymex, com temores do efeito negativo da gripe suína na economia. Às 14h16 (de Brasília), o WTI valia 4,31% para US$ 49,35 o barril. Na Comex, o cobre para junho perdia 3,39% para US$ 1,9805 por libra peso.

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