Tensão com China, empresas e bancos derrubam bolsas

As ações do Citigroup caíram abaixo de US$ 1 pela primeira vez na história. Bovespa chegou a cair 3%

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Por Redação
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A manhã desta quinta-feira teve uma forte carga de notícias negativas vindas de todos os lados. Os investidores já começaram o dia frustrados com a China, que, neste primeiro dia da sessão anual do Congresso Nacional do Povo, não confirmou as expectativas de ampliação do pacote fiscal. Os bancos também forneceram mais motivos para decepção e nervosismo e as ações do Citigroup caíram abaixo de US$ 1 pela primeira vez na história.   Veja também:  Corte de gastos não soluciona crise, diz Lula Futuro na crise só brilha para Brasil, Índia e China, diz HSBC De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise      Às 15h, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera no patamar mínimo do dia, em 37.342 pontos, com baixa de 3,03%. O índice Dow Jones - que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - está em 6.645 pontos, com queda de 3,36%. A Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e internet - cai 3,10%. A bolsa de Londres fechou em queda de 3,18%, a de Frankfurt em baixa de 5,02% e a de Paris, de 3,96%.   Além da decepção com a China, a manhã foi rica em notícias desfavoráveis. Para ficar apenas em alguns exemplos, a produção industrial da Espanha caiu 20% em janeiro; na França, o índice de preços ao produtor cedeu 2,0% em janeiro, enquanto a taxa de desemprego subiu para 8,2% no quarto trimestre de 2008; a queda do PIB na zona do euro foi confirmada em 1,5% no quarto trimestre ante o terceiro; na Alemanha, as vendas no varejo cederam 0,6%, contrariando a previsão de estabilidade; no Reino Unido, os preços das casas apontaram declínio recorde em fevereiro, de 17,7%.   Nesse ambiente ruim, o BC inglês cortou a taxa básica de juro do país em 0,50 ponto porcentual, para 0,5%, e o Banco Central Europeu (BCE) cortou o juro também em 0,50 ponto porcentual, para 1,5%. Ambas as taxas estão em níveis recordes de baixa.   Depois desse anúncio, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, afirmou que a inflação provavelmente ficará abaixo de 2,0% este ano e no próximo. Foi a primeira vez em que o BCE indica que a inflação ficará abaixo da meta para 18 meses, sugerindo que mais cortes de juro poderão ocorrer. O BCE também reduziu suas projeções para o PIB da zona do euro, prevendo contração entre 2,2% e 3,2%, com ponto central em queda de 2,7% para este ano. Para 2010, o BCE estima queda de 0,7% a expansão de 0,7%, o que indica ponto central de estagnação.   Nos EUA, o número de pedidos de auxílio-desemprego caiu em 31 mil na semana passada, mas a média móvel de pedidos feitos em quatro semanas - calculada para suavizar a volatilidade do dado - subiu 2 mil para 641.750, o maior nível desde outubro de 1982. As encomendas à indústria recuaram 1,9% em janeiro. Foi o sexto mês consecutivo de declínio, a sequência mais longa de perdas desde que o dado começou a ser publicado.   Empresas   Como se os indicadores macroeconômicas não bastassem, o setor corporativo também trouxe notícias desfavoráveis, principalmente entre os bancos. Além do Citigroup, que era cotado US$ 0,99 às 13h45 (de Brasília), em queda de 12,39%, JPMorgan caía 8,5% e Wells Fargo cedia 17% no mesmo horário, derrubados pela Moody's.   A agência revisou a perspectiva para rating do JPMorgan para negativa e alertou que estuda rebaixar o rating do Wells Fargo. Bank of America, colocado em revisão para rebaixamento também pela Moody's, perdia 13%. Fora do setor, General Motors recuava quase 17%, após a montadora alertar em relatório à SEC que tanto ela quanto sua auditora, a Deloitte & Touche, veem dúvidas substanciais sobre a viabilidade da companhia no futuro.