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TGV anuncia que não depositou sinal de US$ 75 milhões

Segundo o grupo, as indefinições jurídicas atrapalharam o grupo e impediram a conclusão das negociações com os investidores

Por Agencia Estado
Atualização:

O coordenador dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Márcio Marsilac, disse hoje, por volta das 17h50, que o grupo não depositou os US$ 75 milhões de sinal para a compra da Varig conforme exigido pela Justiça. Segundo ele, as indefinições jurídicas atrapalharam o grupo e impediram a conclusão das negociações com os investidores. "Foram muitas as conturbações dentro desse processo, sendo a última delas uma notificação para que a NV Participações depositasse mais da metade do valor dos US$ 75 milhões para o INSS. Essa instabilidade jurídica prejudicou enormemente o processo de capitalização do consórcio", disse Marsilac. A notificação se referia a uma dívida da Rio Sul, empresa do grupo Varig, com o INSS. Ele voltou a criticar a postura do governo, que não se mostrou disposto a apoiar financeiramente a reestruturação da Varig. O coordenador lembrou ainda que o fato de a Justiça ter sinalizado com a possibilidade de um novo leilão logo após a vitória da TGV também contribuiu para afastar os investidores do processo. Explicações Gomes deixou escapar durante a entrevista coletiva que o presidente da Varig, Marcelo Bottini, explicará como a empresa aérea terá condições de continuar operando. Bottini falará com a imprensa logo mais, às 18h30. Existe a expectativa de que um novo investidor tenha feito uma proposta pela companhia aérea que contemple uma liberação de recursos imediata. O prazo para o TGV depositar os US$ 75 milhões se esgotou às 17 horas. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8a. Vara Empresarial do Rio, concederá entrevista coletiva ainda hoje. Ele deve cancelar o resultado do leilão e, com isso, abrir caminho para o surgimento de uma nova proposta. Gomes lembrou que qualquer oferta precisa contemplar uma liberação de recursos imediata, para que a Varig continue operando. Vale lembrar que nesta semana a VarigLog, ex-subsidiária da companhia, ofereceu US$ 500 milhões pela empresa. Ele destacou ainda que a falência da Varig ainda não é discutida. "Nenhum dos credores, até o momento, entrou com pedido." Alternativas possíveis Três alternativas são possíveis em caso de anulação do leilão: falência definitiva, um novo leilão ou a convocação de assembléia de credores para avaliar a oferta de US$ 500 milhões apresentada pela VarigLog à Justiça, na terça-feira. Representantes do TGV, que já admitiram não conseguir os recursos, levantaram ontem a possibilidade de, na última hora, pedir adiamento de prazo. Eles alegam ainda estar negociando a obtenção do dinheiro. Além disso, para a organização, o prazo vence às 18 horas, sete horas depois do horário estipulado pela Justiça. O depósito é vital para a Varig sensibilizar a Justiça americana a prorrogar uma liminar que protege a empresa contra o arresto de aviões. O juiz Robert Drain, da Corte de Falências de Nova York, estendeu a decisão até 21 de julho, condicionada à entrada de dinheiro hoje. "Acredito que uma empresa que fez proposta em leilão tenha noção de sua responsabilidade. Se isso não acontecer, irá me assustar muito", disse o reestruturador.

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