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Tomaremos medidas no câmbio se necessário, diz Mantega

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Por Redação

O governo pode tomar novas medidas para frear a valorização do real, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O dólar caiu abaixo de 1,55 real nesta segunda-feira, renovando a mínima no intradia desde janeiro de 1999. O governo tenta proteger os exportadores brasileiros e tem tomado várias medidas desde o ano passado para desacelerar a queda do dólar. Mantega, porém, afirmou que o câmbio está relacionado com a situação mundial e que só vai melhorar quando as economias avançadas começarem a se recuperar. "O governo continua olhando seriamente para o câmbio e sempre estaremos propensos a tomar medidas que impedirão que haja uma valorização excessiva da moeda brasileira", disse Mantega em palestra na capital paulista. Na sexta-feira passada, a presidente Dilma Rousseff afirmou a jornalistas que o governo não deve tomar medidas no setor. Mantega repetiu que as políticas expansionistas de economias avançadas têm acirrado a valorização da moeda brasileira, ampliando as fraquezas do país como a alta carga tributária. "As políticas monetárias expansivas dos países avançados nos prejudicam porque colocam muita liquidez no mercado internacional, que vem bater às portas do Brasil", disse Mantega. "O Q1 e o Q2 (programas de estímulos do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) colocaram muita liquidez no mercado... É um problema que só vai se atenuar quando houver recuperação da economia (dos EUA)." INFLAÇÃO Mantega afirmou também que a inflação no Brasil está sob "controle". Segundo ele, as recentes leituras do IPCA reforçam essa tese e devem permitir que o país fique dentro do teto da meta fixada pelo governo para este ano. "O governo tomou várias medidas para conter a inflação. É uma questão de honra... O Brasil continuará empenhado no controle da inflação e tomaremos todas as medidas necessárias", disse o ministro. "A inflação do ponto de vista do atacado está até negativa. O que podemos ver é que o governo controla a inflação. Ela não vai ultrapassar o teto da meta estabelecida para 2011", acrescentou. A leitura de junho do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) --referência para o regime de metas do governo-- marcou inflação de 0,15 por cento, após alta de 0,47 por cento em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado em 2011, o índice subiu 3,87 por cento, enquanto em 12 meses a leitura é de 6,71 por cento, acima do teto da meta . A meta tem centro em 4,5 por cento, com dois pontos percentuais de tolerância. No boletim Focus do Banco Central, divulgado esta manhã, a mediana das expectativas ficou em 6,31 por cento para 2011. Segundo ele, as medidas tomadas nos últimos meses pelo governo já estão surtindo efeito, incluindo a de redução do gasto público. A previsão de Mantega é de que o déficit nominal fique em torno de 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) QUESTÃO TRIBUTÁRIA Mantega também afirmou que a questão tributária é prioritária para ele, mas ponderou que há a necessidade de se conciliar interesses nacionais e regionais. "A questão tributária é prioritária na minha agenda. O Brasil tem uma carga grande... nós temos de fazer um esforço grande para reduzi-lá", afirmou o ministro. O ministro também afirmou que a desoneração da folha de pagamentos, que está sendo avaliada pelo governo, terá uma solução em breve. Segundo ele, a ideia de reduzir 20 por cento da contribuição patronal no setor. O ministro também afirmou que o aumento da arrecadação não será destinado a uma elevação das despesas, e sim à desoneração fiscal. EUA E EUROPA Mantega afirmou que o mundo inteiro vai entrar numa situação crítica se não houver um acordo para elevação do teto de endividamento dos Estados Unidos, com riscos de que Washington entre em default. "A não aprovação do Orçamento (dos EUA), com o aumento da possibilidade de dívida... é uma insensatez", afirmou Mantega, referindo-se às divergências entre democratas e republicanos que têm impedido o alcance de um acordo. Segundo Mantega, as crises de dívida na Europa e nos EUA vão continuar se arrastando por vários anos, mas o Brasil tem fundamentos econômicos sólidos, tendo inclusive se ajustado ao patamar pré-crise de 2008. (Colaborou Redação São Paulo; Edição de Aluísio Alves)

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