RIO - A Transpetro, subsidiária de logística da Petrobrás, quer se tornar mais enxuta, competitiva e buscar clientes para além de sua controladora. O plano foi explicitado nesta quinta-feira, 27, pelo presidente da subsidiária, Antonio Rubens Silva.
Uma das mudanças inclui abandonar a diretriz de contratar a construção de navios próprios com estaleiros nacionais, desfazendo a política dos governos do PT de usar a demanda da Petrobrás para impulsionar a indústria naval. “A Transpetro está estruturada para a busca de novas oportunidades no mercado. Estamos em processo acelerado de otimização de custos e gestão. A empresa está determinada a ser cada vez mais competitiva”, disse Silva, em palestra no último dia da feira Rio Oil & Gas. Segundo Silva, a empresa já está em “consultas e conversas” para “trazer bons negócios”.
Nesse quadro, o executivo informou nesta quinta-feria, 27, que a empresa cancelou a contratação de 17 navios previstos no Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). Segundo Silva, são embarcações que nem começaram a ser construídas e todos os pedidos tiveram contratos rescindidos. O Promef era um dos principais programas da Transpetro sob a gestão de Sérgio Machado, ex-presidente da subsidiária e um dos delatores de caciques do PMDB na Operação Lava Jato.
O programa previa a contratação de 46 embarcações, segundo Silva. Desse total, 17 foram construídas e entregues. Nove estão em construção e são aguardadas pela Transpetro. Três embarcações que estavam em construção no estaleiro Eisa Petro-1, no Rio, estão com situação indefinida, após o fornecedor pedir recuperação judicial. Silva disse que essas encomendas podem tanto ser canceladas quanto repassadas para outros estaleiros.
Ainda conforme Silva, o cancelamento de 17 pedidos não implica a redução na capacidade de operação. O plano é fretar navios para dar conta da demanda da Petrobrás e de outras empresas, já que o foco de expansão da subsidiária agora vai além de atender a controladora. “O fato de ter cancelado 17 navios não quer dizer que não vamos ter navios. Estamos avaliando contratar navios a casco nu”, disse, comparando com a frota de caminhões da Transpetro, da qual 355 são de terceiros. “Não é terceirização. O navio é contratado, mas eu tripulo e presto o serviço”, disse.
Segundo ele, a Transpetro está em processo acelerado de otimização de custos e gestão, para aumentar a competitividade. “Vamos migrar de uma atuação muito focada em Petrobrás para também atender ao mercado”, disse Silva durante a palestra.
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