Os microcomputadores já estão presentes em quase 25% dos lares brasileiros, constatou pesquisa do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), da Eletrobrás. Os televisores são os eletroeletrônicos com maior acesso aos consumidores: 97,1% dos lares têm TV, a maior parte mais de um aparelho. A geladeira aparece em segundo lugar, em 96% das residências, e, segundo uma das conclusões da pesquisa, parece ter atingido a saturação. A Eletrobrás está com estudos avançados para estimular a eficiência energética na indústria de televisores por meio da concessão do Selo Procel, que certifica aparelhos que economizam energia. Inclusive porque a média de televisores nacional é de 1,41 aparelho por residência, sinal de que é comum a existência de mais de um televisor por domicílio. A grande quantidade de televisores faz com que seja importante reduzir o consumo dos aparelhos de TV, de acordo com a Eletrobrás. Mesmo no modo "stand by", a quantidade de energia gasta por esse tipo de aparelho não é desprezível, segundo o chefe do Departamento de Planejamento e Estudos de Conservação de Energia da Eletrobrás/Procel, Luiz Eduardo Menandro de Vasconcelos. Gráfico da pesquisa mostra que no horário entre 19h e 21h, a TV gasta mais energia que os refrigeradores, e fica atrás apenas de lâmpadas e chuveiros. Consumo A pesquisa identificou também que, apesar de existirem freezers em 23,2% dos domicílios, um quarto deles não estão mais sendo usados. "As pessoas descobriram, durante o racionamento de 2001, que não precisavam mais do freezer. A estabilidade dos preços fez com que eles se tornassem antieconômicos, pois gastam muita energia", analisou Vasconcelos. O chuveiro elétrico, presente em 73,1% das residências, ainda é o responsável pela maior fatia do consumo de energia de uma casa - 23,9% -, mas, após o racionamento de 2001, teve sua utilização diminuída para 22,9%. De acordo com a Eletrobrás, mais de 50% dos consumidores conhecem as outras formas de aquecimento de água, mas não se dispõem a deixar de usar o chuveiro elétrico. Controle A pesquisa se divide em quatro estudos: industrial, comercial, residencial e de prédios públicos. Entre as indústrias, 57% admitem a possibilidade de reduzir o consumo de energia. No âmbito das empresas comerciais e de serviços, essa parcela sobe para 59%. E entre os prédios públicos, o porcentual que admite uma redução de consumo de energia é de 79% dos pesquisados. Os estudos foram realizados entre dezembro de 2004 e julho de 2006, em 18 Estados e 21 concessionárias, que representam 92% do mercado. Os dados para análise se originaram em 14.413 questionários, sendo quase 10 mil respondidos por consumidores residenciais. Quase um quarto dos executivos de indústrias entrevistados procura obter um tempo máximo de retorno financeiro de seis meses para programas de eficiência energética em suas empresas. "Esse resultado salta aos olhos porque é um tempo muito curto. A ação de eficiência energética dá retorno, mas não em um prazo tão pequeno", diz o chefe de suporte técnico para conservação de energia da Eletrobrás/Procel, Emerson Salvador. De acordo com ele, em média, o prazo para um programa desse tipo dar retorno é de um a três anos e o Procel deve passar a fazer campanha de divulgação para que os executivos promovam ações de economia de energia para um prazo de retorno maior.