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UE defende nova rodada de comércio para discutir energia

O objetivo seria submeter o comércio de gás e petróleo às "mesmas regras" de outros produtos

Por Agencia Estado
Atualização:

O comissário para Comércio da União Européia, Peter Mandelson, defende uma nova rodada de negociações multilaterais de comércio, tendo a energia como tema central. Em declarações à edição européia The Wall Street Journal, Mandelson explica que o objetivo seria submeter o comércio de gás e petróleo às "mesmas regras" de outros produtos. Isso exigiria, entre outras coisas, livre acesso dos produtores ao comércio dos recursos. O tema é polêmico, porque acabaria, por exemplo, com o monopólio russo sobre o acesso a seus gasodutos. Segundo especialistas consultados pelo jornal, a proposta do comissário europeu mostra como os dirigentes de todo o mundo buscam uma forma de reequilibrar o setor da energia a favor dos países consumidores, mas a mudança não seria fácil. "A dificuldade é que os países produtores consideram o petróleo e o gás não só bens econômicos, mas fatores de segurança nacional. Para eles, são uma fonte de poder político", admitiu o comissário. Consumo e discussão Segundo o chefe do departamento de análise econômica da Agência Internacional da Energia, Fatih Birol, o debate sobre as barreiras cresce junto com o consumo de gás e petróleo. A parte da produção mundial de petróleo dedicada ao comércio internacional deve passar dos 50% atuais para 66% em 25 anos. No gás, passaria de 18% a 33%. Esse crescimento reflete a queda da produção de petróleo nos grandes países industrializados, o que exige importar mais do Oriente Médio, Rússia e Venezuela. Segurança Para tentar convencer os produtores das vantagens de um acordo multilateral, Mandelson propõe oferecer maior segurança em seus mercados de exportação e nos investimentos. Os produtores se beneficiariam de um fluxo mais livre de capitais e de uma redução do protecionismo nos países consumidores, o que permitiria adquirir ativos, sugere Birol. A Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, se incorporou à Organização Mundial do Comércio (OMC) em dezembro. A adesão é parte de sua estratégia a longo prazo de diversificar sua economia e atrair investimentos estrangeiros, mas não significa uma abertura à participação estrangeira em seu setor petroleiro.

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