BRUXELAS - A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, pretende apresentar aos países do bloco uma proposta de acordo de livre-comércio com o Mercosul até o fim de setembro, informou um porta-voz do bloco nesta quinta-feira, 10.
“A revisão legal (dos documentos) está em andamento. Queremos ter certeza de que isso será feito de forma muito completa. A intenção é apresentar uma proposta antes do final do verão”, disse o porta-voz comercial da Comissão, Olof Gill.
Ele acrescentou que a Comissão entrará em contato “continuamente” com os países da UE para discutir com eles “o que consideramos ser as vantagens claras do acordo do ponto de vista econômico e geopolítico”.
“Ouviremos suas preocupações e tentaremos assegurar-lhes que acreditamos ter colocado em prática todas as salvaguardas necessárias, por exemplo, em questões agrícolas sensíveis”, disse Gill. “Acreditamos que, em um mundo instável, as parcerias com aliados confiáveis em todo o mundo, com regras claramente definidas para benefício mútuo, são mais valiosas do que nunca.”
A UE e os quatro membros fundadores do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) anunciaram há quatro meses, em 6 de dezembro de 2024, o fim das negociações para o acordo comercial. Apesar do anúncio, a questão continua a gerar controvérsia dentro da UE, e a França continua a se opor firmemente ao acordo.
A ministra francesa da Agricultura, Annie Genevard, disse na terça-feira, 8, que o acordo “era ruim ontem e continua sendo”.
Enquanto isso, em um cenário global marcado pela possibilidade real de uma guerra comercial generalizada por causa das tarifas, a UE tem como prioridade diversificar seus parceiros e acordos comerciais.
Finlândia e Suécia, por exemplo, defendem o desenvolvimento do livre-comércio com outros países diante das tarifas do presidente norte-americano Donald Trump e, por isso, defendem a aprovação do acordo com o Mercosul.
“Devemos implementar plenamente o acordo de livre-comércio com o Mercosul, que acaba de ser negociado”, disse a ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, na terça-feira.
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