A YPF - a maior empresa do setor petrolífero na Argentina, controlada pela espanhola Repsol - anunciou a descoberta de uma jazida de gás que aumentará a expectativa das reservas da companhia dos atuais seis anos para 16. A jazida, localizada na província de Neuquén, na Patagônia, no sul da Argentina, permitirá que o mercado local possa prescindir das importações de 4 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia.A descoberta também deve ajudar o país a driblar a intermitente crise energética que teve início em 2004 e que levou o governo a reduzir o volume de gás para indústrias para preservar o consumo doméstico. As atuais reservas de gás na Argentina só são suficientes para oito anos.A exploração deste novo descobrimento na província de Neuquén contará com a participação da brasileira Vale, segundo anunciou - sem entrar em detalhes - Sebastián Eskenazi, vice-presidente executivo da YPF. O motivo da associação é a recente instalação da Vale na província vizinha, Mendoza, onde a empresa brasileira possui um megaprojeto de mineração, a Potássio Rio Colorado, que requer grandes quantidades de gás. Informações extraoficiais da empresa petrolífera indicam que a Vale compraria metade da produção de gás destas jazidas."Em uma primeira etapa produziremos 2 milhões de metros cúbicos", disse Ezekenazy. O executivo sustentou que o investimento permitirá que em pouco tempo a produção da nova jazida se estabilize em 4 milhões a 5 milhões de metros cúbicos diários de gás. O plano, afirmou, é o de perfurar 26 novos poços em toda a bacia de Neuquén. Começo. Os especialistas indicam que as reservas de Neuquén têm potencial de aumentar o prazo de consumo para 50 anos. "Este é apenas o começo", disse, exultante, o governador de Neuquén, Jorge Sapag, ao ressaltar que os investimentos para a exploração de gás na região continuarão crescendo."A Argentina é um país gás-dependente. Nós, com este gás, podemos reforçar o futuro energético argentino", disse o subsecretário de Hidrocarbonetos e Energia da província de Neuquén, Héctor Mendiberry. Ele sustentou que, na bacia explorada pela YPF, na província de Neuquén, existiriam 257 trilhões de pés cúbicos. Os depósitos existentes atualmente são de 12 trilhões, segundo a Secretaria da Energia.