Dados do Banco Central (BC) divulgados nesta terça-feira, 11, indicam que o volume de recursos esquecidos pelos brasileiros em contas de instituições financeiras chegou a R$ 9 bilhões. O número considera o balanço de dezembro de 2024 do Sistema de Valores a Receber (SVR).
Segundo os números, a quantia esquecida aumentou 3,45% entre novembro e dezembro. No balanço anterior, divulgado no dia 8 de novembro, a quantia esquecida somava R$ 8,7 bilhões. A maior parte está em contas bancárias, R$ 5,14 bilhões, seguido por administradores de consórcios (R$ 2,55 bilhões) e cooperativas (R$ 765,41 milhões).

Do total, R$ 6,9 bilhões foram esquecidos por 45 milhões de pessoas físicas. Outros R$ 2,1 bilhões, por 3,91 milhões de pessoas jurídicas (empresas).
A maior parte dos beneficiários, 64,88%, tem até R$ 10 esquecidos - apenas 1,75% tem mais de R$ 1.000 esquecidos. Veja todas as faixas:
- Até R$ 10: 64,88%;
- De R$ 10,01 a R$ 100: 23,68%;
- De R$ 100,01 a R$ 1.000: 9,68%;
- Acima de R$ 1.000: 1,75%.
Quando o dinheiro entra no Sistema de Valores a Receber?
Segundo o BC, os recursos passam a integrar o SVR nas seguintes situações:
- Contas-correntes ou poupanças encerradas e não sacadas;
- Cobranças indevidas de tarifas ou de obrigações de crédito previstas em termo de compromisso assinado com o BC;
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de associados de cooperativas de crédito;
- Grupos de consórcio extintos;
- Cobranças indevidas de tarifas ou obrigações de crédito não previstas em termo de compromisso;
- Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas e com saldo disponível;
- Contas encerradas em corretoras e distribuidoras de títulos e de valores mobiliários;
- Demais situações que resultem em valores a serem devolvidos reconhecidas pelas instituições financeiras.
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Como sacar o ‘dinheiro esquecido’?
O Banco Central alerta que o único site para a consulta dos valores a receber é o https://valoresareceber.bcb.gov.br. É preciso acessar o site e clicar em “Consulte se tem valores a receber”. Insira os dados e clique em “Consultar”. Após a consulta mostrar que há valores a receber, o cidadão deverá clicar em “Acessar o SVR” e, se não houver fila de espera, ele será direcionado para a página de login gov.br. Veja o que será necessário para o acesso no caso de pessoas físicas e empresas:
- Para acessar os valores do usuário (pessoa física) ou de pessoas falecidas, a conta gov.br precisa ser de nível prata ou ouro;
- Para acessar valores de pessoa jurídica, a conta gov.br precisa ter o CNPJ a ela vinculado (qualquer tipo de vínculo, exceto Colaborador).
Uma nova norma do Banco Central estabelece que o acesso ao sistema só poderá ser feitos por contas gov.br níveis prata e ouro que possuam verificação em duas etapas. A medida, antes exigida apenas para quem tinha resgates a partir de R$ 100, passa a valer para qualquer quantia. Será necessário realizar a validação facial para a configuração em duas etapas.
O usuário terá 30 minutos dentro do sistema. Ele irá acessar a opção “Meus Valores a Receber”. Depois, deve ler e aceitar o Termo de Ciência e verá na tela o valor a receber, o nome e os dados de contato da instituição que devolverá o valor, além da origem (tipo) do valor. Em alguns casos, aparecerão também outras informações.
O usuário deve clicar em “Solicitar por aqui” e selecionar uma chave Pix, caso em que a instituição devolverá o valor em até 12 dias úteis - não necessariamente via Pix (pode ser realizada TED, por exemplo). É importante guardar o número de protocolo.