A variação do crédito na margem não é tão expressiva, mas não ajuda na tese de um crédito mais fraco, avalia a economista-chefe do Royal Bank of Scotland (RBS), Zeina Latif. Para ela, as conclusões sobre o desempenho do crédito dependem da forma com que se olha os dados. Hoje, o Banco Central informou que as operações de crédito cresceram 1,3% em abril sobre março e 4,1% no quadrimestre.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, os números revelam expansão em ritmo menor que o verificado em igual período de 2010. Ele também chamou a atenção para o fato de o crescimento anualizado das operações de crédito, de 13%, estar em um nível bem inferior que o ao ano passado, que oscilava ao redor de 21%.
Para Zeina, quando se olha os dados do crédito a partir do segundo semestre do ano passado, verifica-se dois movimentos: "O crescimento das operações de crédito e, em seguida, uma mudança do intercepto, com as concessões passando a andar de lado." Mas na margem, afirma a economista, o crédito veio mais forte.
"Quando olho o patamar e o ritmo do ano passado, o quadro casa com o que o Túlio diz. Mas quando olho os dados na margem, vejo que teve um crescimento forte", diz Zeina, referindo-se ao crescimento de 1,3% do crédito em abril em relação a março, para R$ 1,776 trilhão. "É importante que esse aumento da concessão de abril não persista, pois neste caso a faixa de crescimento de crédito que o BC vê como saudável, de até 15%, não seria atingida, pela minha estimativa", diz a chefe do Departamento Econômico do RBS.