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Escola sem bullying

As agressões físicas e, principalmente, verbais são recorrentes no cotidiano escolar. No entanto, nem sempre discutimos a temática do bullying com os alunos. Em nosso colégio, o projeto realizado na disciplina Educação para Cidadania, com as turmas do 7º ano, teve como objetivo proporcionar um ambiente propício para o diálogo e a reflexão, a fim de promover um espaço escolar acolhedor.

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Por Poliedro

Nas aulas, o tema foi discutido a partir de filmes, imagens diversas, notícias e depoimentos. Ainda em sala, os alunos escreveram relatos no formato de um diário. Em muitos casos, os textos expressavam suas emoções e seus sentimentos.

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No entanto, esse trabalho estava sendo realizado apenas com as turmas do 7º ano. Sendo assim, como seria possível comunicar essas ideias a todos os alunos do colégio? Esse questionamento nos levou a expandir o projeto de forma que envolvesse toda a comunidade escolar.

Primeiro, os alunos do 7º ano organizaram um questionário para investigar a presença do bullying no colégio. Perguntas como "Você já sofreu bullying aqui no colégio?", "Que tipo de desrespeito você sofreu?", "Qual foi sua reação?", "Quais foram as consequências?", "Você já presenciou cenas de desrespeito aqui no colégio?", "Onde isso aconteceu?", "Você já desrespeitou alguém aqui no colégio?", entre outras, foram respondidas pelos alunos do 6º ao 9º ano. Muitos deles, ao participarem da pesquisa, demonstraram o interesse pelo assunto.

Em seguida, para divulgar o resultado, os alunos organizaram uma exposição. A fim de estimular a criatividade, apresentei em aula exemplos de trabalhos já realizados sobre o tema, e o resultado foi um sucesso. Os alunos tiveram várias ideias e realizaram as intervenções em diferentes espaços, como a cantina, os banheiros, os corredores e os armários. Além dos tradicionais cartazes, eles exploraram o tema das mais variadas maneiras: criaram um mural com o título "Cansei de ouvir...", no qual todos poderiam expressar seus sentimentos; para os mais tímidos, um grupo fez uma caixa com o título "A gente se importa".

Mural "Cansei de ouvir que..." Foto: Estadão
 Foto: Estadão

Cartazes sobre bullying

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Muitos outros trabalhos preencheram o espaço escolar: no formato "Você sabia?", informações sobre o bullying foram divulgadas nas mesas da cantina; nos armários, muitos recadinhos motivavam as pessoas a enfrentarem esse problema; no banheiro, post-its com elogios e xingamentos foram espalhados com a indagação "Qual você prefere?"; foram utilizadas também fotografias dos alunos que "tatuaram" no corpo os apelidos e rótulos que receberam (por exemplo, "tampinha", "japa", "quatro olhos", entre outros). O projeto ainda contou com uma exposição de bonecos de lata intitulada "Seu amigo não é lata para ter rótulo".

"Seu amigo não é lata para ter rótulo" Foto: Estadão
 Foto: Estadão

Intervenções nos banheiros do colégio

 Foto: Estadão

Intervenções nos armários

Por fim, os alunos do 7º ano foram às salas do 6º, 8º e 9º ano para contextualizar as intervenções e fazer um convite à reflexão.

Alunos do 7º ano apresentam o seu trabalho: uma conversa sobre o bullying Foto: Estadão

Avalio a ação positivamente. Os alunos puderam comunicar as ideias aprendidas em aula usando uma linguagem bastante própria aos adolescentes. Assim, criamos um espaço propício para o diálogo sobre o bullying.

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Ana Cláudia Orrú

Professora de Educação para Cidadania do Ensino Fundamental II

 

Todos os projetos e exemplos mencionados neste blog referem-se às Unidades Sedes do Poliedro.

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