Amanda Lopes, 9º ano A
"A adolescência é o período em que estamos construindo nossa identidade. Muitos jovens se sentem perdidos, procurando formas de encontrar sua identidade. É importante olhar para si mesmo, passar um tempo sozinho procurando descobrir seus gostos e habilidades. Como todo adolescente, eu passei por essa fase, mas de um jeito diferente: com o trabalho voluntário.
Eu nunca imaginaria que ajudando outras pessoas, indo às instituições, trabalhando com uma diversidade de pessoas ajudaria a formar quem sou. Nós temos a equivocada impressão de que somente nós iremos expressar o amor por essas pessoas tão diferentes de nós. Contudo, o que descobrimos depois de um tempo é que eles retribuem esse amor de uma forma muito maior. Em todas as instituições percebemos que nós não somos os professores, eles são. Família e escola nos ensinam a tratar o próximo com amor independente das diferenças, a não julgar as pessoas pela aparência ou pela deficiência que possuem, nos ensinam a sermos pessoas melhores. Por que muitas pessoas, ao olhar para eles, apenas observam as suas privações? Nós temos a oportunidade de enxergar muito além disso. Conseguimos ver que somos todos iguais.
Com o trabalho voluntário, pude aprender que não conseguiremos salvar todo o mundo; no entanto, se conseguirmos mudar o mundo de alguém ou a realidade na qual essa pessoa se encontra, isso já valeu a pena, significa a mesma coisa. Ao tirar um sorriso espontâneo ou um abraço apertado de alguém, nada nesse mundo vale mais, e nada conseguirá reproduzir essa sensação. O Vale do Ribeira é um complemento de tudo isso, foi a melhor experiência da minha vida, visto que mais uma vez nos ensinaram que roupas de marca, carros caros e casas enormes não significam nada perto do amor. Pudemos observar que o amor é o que move a vida e tudo ao seu redor. Ele está presente desde os pequenos gestos, como desejar um bom dia a alguém, até gestos em enormes, como construir casas para os menos afortunados.
Os pais sempre nos falam para dar valor ao que temos, e muitos pensadores dizem que só valorizamos quando perdemos algo. Eu tenho uma opinião um pouco diferente: nós valorizamos quando vimos que, para alguns, o que achamos pouco é muito. É isso que acontece no Vale do Ribeira. Ver aquela cidade tranquila, com crianças morando em grandes morros e em casas tão simples, e muitas vezes dividindo um celular em uma família de seis pessoas, ajuda-nos a ver o quão somos sortudos, e o quanto devemos demonstrar essa gratidão ajudando do jeito que podemos. O Vale do Ribeira estará gravado em meu coração para sempre, e enquanto eu puder ir, tenho certeza que estarei presente lá, pois além dos momentos com as crianças, lá eu descobri o verdadeiro significado da frase:
"Amigos a gente escolhe", tendo em vista que mesmo com todas as diferenças de idade, permanecemos em comunhão e juntamente fazendo de tudo para todos se sentirem incluídos. No Vale do Ribeira eu me senti amada, senti-me importante. Com a comunidade pude ver que não estou sozinha, e tudo que eu penso sobre salvar o mundo de alguém não é irrelevante, já que todos nós estamos unidos em prol de um único propósito: espalhar o amor e a justiça." - Julia Almeida dos Santos, 9º ano A

