No Brasil, 1,3 milhão de jovens entre 15 e 17 anos deixam a escola todos os anos sem concluir a educação básica, segundo estudo do Instituto Unibanco com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as causas do abandono estão o trabalho, a gravidez na adolescência e o desinteresse – este último motivado pela baixa qualidade do ensino e por um currículo, especialmente no ensino médio, enciclopédico e pouco flexível. Para tentar conter a evasão escolar nos últimos anos da educação básica, o governo federal sancionou em fevereiro deste ano Medida Provisória aprovada pelo Congresso que reforma o ensino médio brasileiro. Trata-se da maior mudança nas regras do ensino do Brasil em 20 anos.
Para ajudar estudantes, pais, professores, escolas e a sociedade em geral a se informar e tirar suas dúvidas sobre a reforma do ensino médio, o Estado inicia nesta semana uma cobertura especial sobre o tema.A reportagem visitará escolas na cidade de São Paulo com diferentes perfis para colher dúvidas sobre as mudanças. Os leitores também poderão enviar seus questionamentos por meio do e-mail ensinomedio.estadao@gmail.com.
As dúvidas serão respondidos por representantes do Ministério da Educação (MEC) em transmissões ao vivo feitas por meio das páginas do Facebook do Estadão, de Metrópole e de Educação. Também haverá uma série de reportagens sobre o ensino médio, no jornal impresso e no portal Estadão.com.br e boletins informativos especiais na Rádio Eldorado.

A cobertura especial integra os preparativos para o Fórum Estadão da Reforma do Ensino Médio, que reunirá especialistas para debater o tema. Entre os convidados estarão representantes do MEC e especialistas da área de Educação. O evento será transmitido ao vivo.
Currículo Flexível. A principal novidade da reforma do ensino médio é a flexibilização das disciplinas, que permitirá aos estudantes compor 40% de sua grade com matérias que hoje não fazem parte do currículo das escolas. Além de disciplinas obrigatórias, como Português e Matemática, o estudante terá de escolher um dos cinco percursos formativos: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Ensino Profissional.
Com a reforma, também aumenta a carga horária mínima obrigatória, de 800 horas para 1,4 mil horas por ano, e o governo federal passa a estimular o ensino integral. As escolas terão um prazo de cinco anos para se adaptar às novas regras.
A educação é obrigatória no Brasil até os 17 anos, de acordo com a Emenda Constitucional nº 59 e o Plano Nacional de Educação (PNE). No Brasil, 8 milhões de estudantes cursam os três anos do ensino médio.
O Estado já publicou uma série de reportagens sobre a reforma do ensino médio. Confira a seguir:
Reforma do ensino médio esbarra em falta de estrutura e recursos
Em cidades com só uma escola, sonho de oferecer cinco ‘futuros’ vira pesadelo
Secretários já cogitam ampliar período do ensino noturno e enviar alunos para cidades vizinhas
Ministro da Educação quer liberdade para Estados definirem reforma
Análise: Reforma do ensino médio exige atenção para evitar aumento das desigualdades