Há desistências até nas universidades mais concorridas

Na USP, cerca de 20% dos estudantes abandonam o curso no primeiro ou no segundo semestres

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Por Agencia Estado
Atualização:

Casos como os de Carina Pedro e Bruno Eduardo Saito, estudantes que largaram suas faculdades para prestar vestibular novamente, não são raros. Na Universidade de São Paulo (USP), onde a briga por uma vaga costuma ser das mais acirradas ? há cursos com mais de 60 candidatos por vaga ? , cerca de 20% dos estudantes abandonam o curso no primeiro ou no segundo semestres. São mais de 200 desistências a cada ano. Débora Vieira, de 19 anos, faz parte dessa estatística. Ela entrou em Direito na USP, mas acabou largando uma das mais conceituadas faculdades do País assim que completou o primeiro ano.?Quando falei que estava pensando em abandonar o curso, ninguém da classe levou a sério.? Vida de advogada Logo no começo da faculdade, Débora percebeu que não se adaptaria à vida de advogada, apesar de ter gostado das matérias do curso. Voltou para a casa dos pais em Tatuí, no interior de São Paulo, e está fazendo cursinho pré-vestibular desde o início do ano. Desta vez, quer entrar em Medicina. ?Sempre pensei em fazer Medicina, mas no colegial gostei mais das matérias de humanas e acabei preferindo o Direito?, afirma. Razões do abandono A coordenadora do Serviço de Orientação Vocacional do Instituto de Psicologia da USP, Yvette Leahman, estuda as razões do abandono desde 1996 e achou duas causas principais. ?O aluno que larga o curso no primeiro ano faz isso por causa da falta de definição ? fez uma escolha muito vaga, sem conhecimento, e se frustra com o curso ? ou porque ele se desorganiza com o novo sistema, bem diferente do colegial.? Segundo ela, muitos estudantes têm dificuldade de se adaptar ao modelo mais aberto das faculdades, com mais liberdade e menos cobrança. A crise para se encaixar nas novas regras do jogo resulta em notas baixas e os alunos acostumados a ter bom desempenho acham que fracassaram. Antes de largar Quem se enquadra nesse caso deve pensar melhor antes de largar a carreira. ?A nota baixa não significa que o aluno não tenha aptidão para a área, é só um problema de adaptação?, afirma Yvette. Para aqueles que têm dúvidas sobre que profissão escolher, o Instituto de Psicologia da USP oferece gratuitamente um serviço de orientação vocacional. As próximas inscrições vão de março a junho de 2004. Os interessados devem comparecer à sede desse serviço, na Avenida Prof. Melo de Morais 1.721, bloco D, Cidade Universitária, Butantã, São Paulo. Qualquer pessoa maior de 14 anos pode participar da seleção. O telefone para informações é 11-3091-4174. leia também Dura escolha de quem errou a carreira

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