O que você precisa saber para tirar o máximo do seu potencial

Opinião | Autoconfiança Possível

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Por Paula Braga

"Eu sei que sou muito boa. Eu sei que eu entrego"

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Não pude deixar de sorrir quando ouvi essas palavras durante minha primeira sessão do dia. Tratava-se de uma primeira conversa com uma jovem profissional, contando-me sobre sua carreira.

A tranquilidade com que ela afirmou sobre sua competência me deu um certo orgulho dessa nova geração.

Que delicia se sentir bem assim desde jovem.  Que distancia de como eu era quando tinha essa idade.

Por muitos e muitos (e muitos) anos, eu poderia ter sido a garota propaganda da síndrome do impostor.  "Esse prêmio? Ah eu o recebi porque meu chefe quis me agradar, não porque eu o merecia". "Inteligente? Eu?! Imagina...eu leio um monte de coisas e esqueço tudo na hora." Isso foi minha vida até uns 30 anos. Tá...talvez até uns 35...

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Fiquei refletindo sobre o que mudou na minha cabeça para eu hoje conseguir me sentir bem comigo mesma.  E, qual não foi a minha surpresa, ao notar que não foi um pensamento ou mentalidade que mudou...foram minhas atitudes.

Eu não fiquei mais competente, atleta ou comunicadora de uma hora para outra.  O que mudou é que comecei a tentar algumas coisas que antes eu não tinha coragem. O tal do "ir com medo mesmo".

"Auto confiança não é a ausência de medo. É a abertura para o tentar" (Mel Robbins). Para a autora, autoconfiança não é um sentimento. É uma ação. Mais precisamente, é uma habilidade que você pode aprender, construir e treinar.  E, uma vez aprendida, você pode acessar essa habilidade quando necessário.

Mesmo que você já tenha certa autoconfiança, você pode aumentá-la ou expandi-la para outros setores de sua vida onde talvez não se sinta tão à vontade (por ex: sei que sou excelente coach, mas até hoje me dá uma certa ansiedade falar para grandes públicos).

Ser confiante em si mesmo te permite tomar mais riscos. Terminar um relacionamento. Colocar limites. Pedir um aumento. Se vender bem em uma entrevista. Em resumo, te permite ser mais livre.

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A autoconfiança é desenvolvida a partir de um ciclo de feedback positivo. "Eu não falo bem em público, mas vou tentar mesmo assim. Fiquei nervosa, minhas bochechas coraram e esqueci algumas palavras, mas falei! E, minha nossa, eu sobrevivi! Amanhã tem outra palestra para dar, dado que não morri na primeira, entendo que não vai ser tão ruim assim. Tento de novo". E por aí vai.

Tentar, tentar e tentar é como você atinge a excelência. Você não precisa ser excelente para ter autoconfiança. Você só precisa estar aberto a tomar uma ação, e depois outra e depois outra.

Se a autoconfiança só ocorre depois de tentar, um dos pré-requisitos para desenvolver essa habilidade é a disposição para ser um iniciante em algo.  Parecer boba. Ser ruim. E ver que está tudo bem.

Sendo assim, sentir a síndrome do impostor não é algo tão ruim assim. Sentir-se uma impostora é sinal de que você está tentando algo novo. Então, se você neste momento não está se sentindo um impostor em alguma área de sua vida, é porque você não está fazendo nada desconhecido.  E tudo bem aproveitar esse momento.  Mas vale lembrar que não há crescimento dentro do conforto.

Se você leu até aqui. Muito obrigada. Sei que o texto está longo. Mas espero ter conseguido colocar uma sementinha da ideia de que ter autoconfiança é uma habilidade que é totalmente atingível.  Basta seguir a receita.

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E qual a receita, cara amiga querida Paula?

Ir lá e simplesmente agir. Com perdão da expressão, o truque é que você por um momento se desconectar de seus pensamentos ("f***-se o que estou sentindo") e simplesmente agir. Fazer aquela ligação. Comprar aquela passagem. Negar aquele convite. A autora Mel Robbins inclusive sugere uma ferramenta para motivar a ação.  É simples: é só fazer uma contagem regressiva 5, 4, 3, 2, 1 e vai! Mexa-se fisicamente. Dê um primeiro passo. Em vez de dedicar mais um segundo pensando sobre o assunto, interrompa o pensamento e vai.

É como Benjamin (personagem principal do filme "Compramos um Zoológico") falou: "Sabe, às vezes tudo o que você precisa é de vinte segundos de coragem insana... Literalmente vinte segundos de bravura vergonhosa, e eu prometo a você, algo grandioso sairá disso."

Se essa ação vai dar certo ou não, não há como garantir. Mas que esse primeiro passo vai tornar o segundo, o terceiro e quarto mais fáceis, isso é certo.

Faz um tempo que decidi que prefiro me arrepender das coisas que tentei do que das que eu nem ousei tentar.  O que falo para mim mesma é "ou vou arrasar, ou vou aprender".  E ambos são válidos.  Trata-se de criar um jogo onde não tem como você perder. Mas que fique claro, eu sempre me esmero na preparação para qualquer objetivo novo.

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Agora trazendo para a prática: qual uma área da sua vida em que você já cansou de pensar a respeito?  Que você não aguenta mais perder sono por isso e seus amigos não aguentam mais ouvir falar a respeito? Que tal pensar em mini passo que possa dar na direção que você deseja? Mesmo sem certeza que dará certo. Mesmo sem certeza de que você será bom?

Faça isso e me conta como foi.

Obs: Quero deixar claro que os momentos de autoconfiança a que me refiro não tem nada a ver com decisões imprudentes, como por exemplo ir para uma trilha sem preparo algum porque "você consegue tudo o que quiser".  É até bobo ter que escrever isso, mas prefiro ser óbvia do que mal interpretada. ?

Opinião por Paula Braga
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