SÃO PAULO - Somente 2% das instituições brasileiras têm a nota máxima na avaliação de qualidade do ensino superior do Ministério da Educação (MEC). O País dispõe de 2.052 universidades e faculdades, mas apenas 42 delas obtiveram nota 5, conceito mais alto do Índice Geral de Cursos (IGC).
Os dados são referentes a 2018 e foram divulgados nesta quinta-feira, 12, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Todos os indicadores de qualidade do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) são expressos em uma escala de 1 a 5, sendo 5 a nota máxima e as notas 1 e 2 consideradas "insuficientes".
Das 2.052 instituições, 438 (21,3%) conseguiram a nota 4; 1.306 (63,6%) obtiveram 3; 259 (12,6%), nota 3; e sete (0,3%) ficaram com 1, o conceito mínimo.
Entre os cursos, só 149 obtiveram nota 5 - 1,7% do total das 8.520 graduações que tiveram o Conceito Preliminar de Curso (CPC) divulgado. Com 4, ficaram 2.702 cursos (31,7%); com 3, foram 4.822 (56,6%). Já a nota 2 foi atribuída a 813 cursos (9,5%), enquanto 34 (0,4%) ficaram com 1.
A avaliação observa quatro dimensões da qualidade dos cursos. São elas:
- Conceito Enade: resultado no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes;
- Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD);
- corpo docente: informações do Censo Superior sobre o porcentual de mestres, doutores e regime de trabalho;
- percepção dos estudantes sobre seu processo formativo: informações do Questionário do Estudante do Enade.
O Inepe esclarece que o cálculo do CPC só é realizado para cursos com, no mínimo, dois estudantes com resultados válidos no Enade. Por isso, 301 cursos ficaram sem o conceito.
Ensino a distância
O presidente substituto do Inep, Camilo Mussi afirmou, em nota, que os índices mostram como as instituições e o ensino superior no Brasil estão se comportando.
"Um dos destaques que vale a pena mencionar é a educação a distância", disse.
Segundo Mussi, os alunos que estão concluindo os cursos a distância avaliados "estão com os mesmos resultados que os alunos presenciais".
O Sinaes, em vigor desde 2004, constrói indicadores destinados a proporcionar um panorama da qualidade dos cursos e instituições de ensino. Os indicadores servem como base para a supervisão e regulação do setor pelo MEC.