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Presidente nacional do Solidariedade, o deputado federal Paulinho da Força (SP) reitera as críticas ao terceiro mandato do presidente Lula (PT) e afirma que, apesar de ter apoiado a eleição do petista, o governo "está errando muito". Neste fim de semana, ele divulgou vídeo repercutindo as declarações do presidente nas quais Lula pede que população não compre alimentos caros. "Se não tem como resolver os problemas do Brasil, por que você virou presidente?", questiona no vídeo, no qual diz que o petista está virando as costas para o povo brasileiro. "Solidariedade foi o primeiro partido do Centrão, mais à direita, que apoiou a candidatura do presidente em 2022. Será que Paulinho está realmente preocupado com o preço da picanha ou do café? O partido ficou de fora da primeira composição ministerial do governo Lula. Agora tem uma reforma ministerial e ninguém fala, muito menos o Lula, de por alguém do Solidariedade. Este discurso do Paulinho da Força significa que a vida não está nada fácil no Congresso. Se os partidos estão tão irritados com o presidente como aprovar medidas?", questiona Cantanhêde.
O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira, 20, o Orçamento de 2025, com três meses de atraso – o esperado era que a peça orçamentária fosse votada antes do Natal. No texto aprovado pelos parlamentares, que vai à sanção presidencial, há a previsão de um saldo positivo de R$ 15 bilhões nas contas públicas – que ignorou o aumento de despesas e a projeção menor de arrecadação feita por especialistas e por técnicos do próprio Legislativo. Além disso, os congressistas usaram parte da economia do pacote fiscal aprovado no ano passado para aumentar o valor de emendas parlamentares, que somarão R$ 50 bilhões. "Esse orçamento, encruado, acabou sendo aprovado rapidinho. O relatório de muitas páginas foi distribuído de madrugada, às 14h já estava aprovado na Comissão especial e antes das 18h o foi no plenário conjunto do Congresso. Todo mundo comemorou e considerou um troféu da Gleisi Hoffmann porque foi uma boa estreia dela na articulação política do Governo - mas custou caro. Ministro Flavio Dino do STF fez todo um trabalho para garantir a transparência e conseguiu mudar a forma, mas os valores continuam estratosféricos. Não tem sentido o Congresso ter controle da gestão de R$ 60 bilhões do Orçamento em um ano; isso é tirar poderes do Executivo e transferir para o Legislativo", analisa Cantanhêde.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros (Selic) em um ponto porcentual, de 13,25% para 14,25% ao ano – seguindo o plano de voo para conter a inflação sinalizado em dezembro e reforçado na reunião anterior, em janeiro. A decisão foi unânime. "Apesar de já esperado, desde o ano passado, o índice é equiparável ao momento de pico dos juros no governo Dilma Rousseff, que deixou dois anos de recessão no Brasil. Lula agora não ataca mais o BC ou seu presidente, mas terceiriza ao PT. O BC continua exatamente igual e fazendo o que tem que fazer. Se a autarquia não der 'paulada' na inflação usando os juros, para onde ela vai? Governo deveria aplaudir o BC po tentar corrigir falhas do próprio governo", afirma Eliane.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro anunciou em um vídeo publicado em suas redes sociais que vai se licenciar do cargo, temporariamente, e ficar nos Estados Unidos. O filho de Jair Bolsonaro disse que vai se dedicar em tempo integral a convencer o governo Donald Trump a atuar pela anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro no Brasil e para obter sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. "No Brasil não vivemos estado de exceção ou jogo sujo da Justiça contra ninguém; há análise de fatos e provas muito concretas, além da delação do tenente-coronel Mauro Cid, que era braço direito do ex-presidente. Foi uma jogada de Eduardo Bolsonaro que, curiosamente, vinha lutado bravamente para ser presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, mas estava nos EUA enquanto isso. As licenças da Câmara para interesses pessoais têm prazo de 120 dias fixado; durante isso, Eduardo volta e assume o mandato ou seu suplente assume. Enquanto fica lá, faz proselitismo contra a democracia brasileira. Isso mostra que Bolsonaro e sua família não têm defesa para o inquérito do 8 de janeiro", diz Eliane.
O presidente Lula assina hoje o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil por mês, confirmou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). A assinatura será em evento marcado para as 11h30 no Palácio do Planalto. Participam do evento os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. "O Governo quer fazer uma grande festa. Este anúncio está sendo esperado desde a posse de Lula, pois foi um compromisso de campanha. Depois da festa, os técnicos da Fazenda - Receita Federal e o secretário-executivo da Pasta - detalharão a medida. Isso interessa a todos", diz Eliane.
Com um público menor do que o esperado pelos organizadores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados defenderam neste domingo, 16, em manifestação na praia de Copacabana, no Rio, a aprovação da anistia para os responsáveis pelo ataque à sede dos três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. O ato registrou críticas, xingamentos e até uma ameaça ao ministro Alexandre de Moraes feita pelo pastor Silas Malafaia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi poupado de críticas em razão da carestia. "Esse ato, que foi programado para ser demonstração de força de Bolsonaro se transformou em demonstração de fraqueza. Demonstrou, também, uma divisão na direita. Quem estava ali é da extrema direita e os mais moderados recuam para ver onde isso vai dar. Bolsonaro inelegível pode mover 18 mil, mas deixa de ser 'apetitoso' para a Direita mais fisiológica. O evento também foi fraco de público nas redes. Bolsonaro não é mais o mesmo; seus seguidores não se mobilizaram nem para ouvir seu discurso. Ato foi convocado para usar a anistia ao 8 de janeiro para tentar favorecer o ex-presidente, que está inelegível. Nem Bolsonaro nem Lula movem multidões mais, portanto os dois têm um embate no Congresso - e é aí que o Centrão está dividido", avalia Eliane.