Ouça os comentários diários da colunista do Estadão para o Jornal Eldorado.
Acompanhe também em:
A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata presidencial democrata, Kamala Harris, partiu para o ataque no primeiro debate presidencial contra o candidato republicano e ex-presidente, Donald Trump, na noite desta terça-feira, 10, na Filadélfia. Aliados de Trump esperavam que ele fosse mais disciplinado em sua mensagem recheada de críticas a economia americana sob Joe Biden e o fluxo de imigrantes ilegais, mas Kamala conseguiu atingir o republicano ao mencionar suas condenações criminais, a maneira como Trump lidou com a pandemia da covid-19 e sua fixação com o tamanho dos comícios. "Foi uma inversão. O debate de Trump com Biden deu pena, pois o republicano mente e as pessoas se deixam levar por suas fake news. Harris tem um jeito interessante em debate. É muito objetiva sem ser agressiva; pegou nos pontos fracos do Trump, na ofensiva, enquanto ele estava na defensiva", analisa Eliane.
A três finais de semana do segundo turno das eleições municipais, o levantamento divulgado pelo Datafolha ontem, aponta o prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) tende a herdar 84% dos eleitores que afirmaram ter votado em Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno – enquanto seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), fica com apenas 4% desse eleitorado. "O eleitor não é gado que vai sendo tocado; ele faz sua escolha independentemente do que o derrotado diga. O pleito de São Paulo tem uma lógica enorme, que não parecia no primeiro turno. Nunes e Boulos estão assumindo algumas das ideias do ex-coach em seus planos porque as pesquisas mostram que o eleitorado gostou delas. Mas Boulos só consegue reagir ao cenário da pesquisa se trabalhar pela abstenção de votantes no Marçal, falando mal de Ricardo Nunes", analisa Eliane.
O PSD, partido do ex-ministro e secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, foi a legenda mais vitoriosa nas eleições municipais deste domingo, 6. A sigla elegeu 878 prefeitos no primeiro turno, conforme números atualizados até terça-feira, 8. O MDB foi o segundo partido com mais prefeitos eleitos, vencendo em 847 cidades nesta primeira etapa. Sobre o resultado do pleito municipal, Gilberto Kassab, presidente nacional do Partido Social Democrático, conversa com Eliane Cantanhêde, Carolina Ercolin e Haisem Abaki no Jornal Eldorado.
O Senado aprovou, em plenário, o nome do atual diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, para a presidência da instituição, por 66 votos a 5, em votação secreta, ontem à tarde. Mais cedo, a indicação havia sido aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado por 26 votos a zero. Galípolo foi indicado para o cargo pelo presidente Lula em agosto e precisava passar pela sabatina com os senadores. O diretor comandará a autoridade monetária a partir de janeiro de 2025, quando o atual presidente, Roberto Campos Neto, deixará a presidência da instituição. "É a votação mais expressiva de um presidente do BC no Senado desde 1999. Galípolo entra com força. Campos Neto e ele têm uma relação muito produtiva e já combinaram de fazer algumas viagens para que o primeiro o introduza no ambiente internacional, como o futuro presidente. Isso dá estabilidade e tranquilidade. Espera-se que o presidente Lula faça sua parte; ele passou este tempo todo em guerra com Campos Neto e com a alta de juros e, desde a indicação de Galípolo, está quietinho. É o que se espera: que respeite as decisões técnicas da autoridade e que o BC tenha autonomia no papel e na prática", avalia Eliane.
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que governou o Estado de São Paulo por quase três décadas, viu o número de candidatos eleitos para os Executivos municipais despencar pelo segundo pleito municipal consecutivo. Neste ano, os tucanos elegeram 273 prefeitos em todo o País — 250 a menos do que em 2022, quando comemoraram a vitória de 523 postulantes. Na cidade de São Paulo, o resultado deste ano foi ainda pior para os tucanos — que já conseguiram vencer uma eleição em primeiro turno na cidade com João Doria, em 2016. O nome escolhido pelo partido, José Luiz Datena (PSDB), encerrou sua participação no pleito com amargos 1,84% dos votos válidos. Foi o pior desempenho da sigla na história das eleições paulistanas, local considerado pela legenda como “berço político”.
Sobre o momento do Partido, Eliane Cantanhêde conversa com o presidente nacional da sigla, Marconi Perillo - junto de Carolina Ercolin e Haisem Abaki.
A disputa pela Prefeitura de São Paulo será definida no segundo turno entre o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal, Guilherme Boulos (PSOL). Com 100% das urnas apuradas na capital paulista, o emedebista somava 29,48% dos votos válidos ante 29,07% do psolista. As pesquisas de intenção de voto divulgadas na última semana de campanha eleitoral indicavam uma disputa acirrada entre Nunes, Boulos e Pablo Marçal (PRTB), que ficou de fora da disputa. Ele tinha 28,14%. "Vamos ver se o presidente Lula vai continuar longe da disputa ou mergulhar de cabeça; o risco é de uma vitória muito forte da direita na capital do principal estado do País no segundo turno. O grande nome é Gilberto Kassab, do PSD, que fez o maior número de capitais do País. A maior dupla vencedora é ele e o governador do estado, Tarcísio Gomes de Freitas. A direita moderna pode engolir o bolsonarismo. O PSD se tornou o grande herdeiro do PSDB - que comandou São Paulo por duas décadas", analisa Cantanhêde.