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A Embraer informou nesta quarta-feira, 5, que a Embraer Executive Jets assinou um acordo, avaliado em até US$ 7 bilhões a preço de tabela, com a Flexjet para a venda de jatos executivos Phenom e Praetor. O acordo inclui um pedido firme de 182 aeronaves e 30 opções, além de um pacote de serviços e suporte. O acordo compreende uma frota que inclui os modelos Praetor 600, Praetor 500 e Phenom 300E. Segundo a empresa, este é o maior pedido feito pela Flexjet em seus 30 anos de história, e também é o maior pedido firme para jatos executivos da Embraer. "Este acordo tem importância econômica e política e é simbólico, neste momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bota o mundo de ponta-cabeça. É uma grande vitrine da Embraer e do Brasil para o mundo. Os negócios entre iniciativa privada brasileira e norte-americana e a diplomacia continuam apesar do presidente norte-americano. Para além de Trump, existe vida sensata nos Estados Unidos", diz Eliane.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro anunciou em um vídeo publicado em suas redes sociais que vai se licenciar do cargo, temporariamente, e ficar nos Estados Unidos. O filho de Jair Bolsonaro disse que vai se dedicar em tempo integral a convencer o governo Donald Trump a atuar pela anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro no Brasil e para obter sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. "No Brasil não vivemos estado de exceção ou jogo sujo da Justiça contra ninguém; há análise de fatos e provas muito concretas, além da delação do tenente-coronel Mauro Cid, que era braço direito do ex-presidente. Foi uma jogada de Eduardo Bolsonaro que, curiosamente, vinha lutado bravamente para ser presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, mas estava nos EUA enquanto isso. As licenças da Câmara para interesses pessoais têm prazo de 120 dias fixado; durante isso, Eduardo volta e assume o mandato ou seu suplente assume. Enquanto fica lá, faz proselitismo contra a democracia brasileira. Isso mostra que Bolsonaro e sua família não têm defesa para o inquérito do 8 de janeiro", diz Eliane.
O presidente Lula assina hoje o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil por mês, confirmou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). A assinatura será em evento marcado para as 11h30 no Palácio do Planalto. Participam do evento os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. "O Governo quer fazer uma grande festa. Este anúncio está sendo esperado desde a posse de Lula, pois foi um compromisso de campanha. Depois da festa, os técnicos da Fazenda - Receita Federal e o secretário-executivo da Pasta - detalharão a medida. Isso interessa a todos", diz Eliane.
Com um público menor do que o esperado pelos organizadores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados defenderam neste domingo, 16, em manifestação na praia de Copacabana, no Rio, a aprovação da anistia para os responsáveis pelo ataque à sede dos três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. O ato registrou críticas, xingamentos e até uma ameaça ao ministro Alexandre de Moraes feita pelo pastor Silas Malafaia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi poupado de críticas em razão da carestia. "Esse ato, que foi programado para ser demonstração de força de Bolsonaro se transformou em demonstração de fraqueza. Demonstrou, também, uma divisão na direita. Quem estava ali é da extrema direita e os mais moderados recuam para ver onde isso vai dar. Bolsonaro inelegível pode mover 18 mil, mas deixa de ser 'apetitoso' para a Direita mais fisiológica. O evento também foi fraco de público nas redes. Bolsonaro não é mais o mesmo; seus seguidores não se mobilizaram nem para ouvir seu discurso. Ato foi convocado para usar a anistia ao 8 de janeiro para tentar favorecer o ex-presidente, que está inelegível. Nem Bolsonaro nem Lula movem multidões mais, portanto os dois têm um embate no Congresso - e é aí que o Centrão está dividido", avalia Eliane.
A economia brasileira colheu um bom crescimento no ano passado, mas deu sinais de desaceleração no quarto trimestre. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 7. No quarto trimestre, a economia brasileira avançou 0,2% na comparação com os três meses anteriores, num claro sinal de perda de fôlego. No período de julho a setembro, o País cresceu 0,7%. "Olhando o panorama de 2024, que foi um ano muito atribulado, o PIB pode ser considerado muito bom. A previsão era muito aquém do resultado; houve um final feliz do que era muito ruim. Aconteceu uma inversão tradicional. Nos anos de recessão do governo Dilma, a queda na Indústria era o que abalava o PIB e quem segurava para não ser ainda pior era a Agricultura - e nesse ano ocorreu o contrário. Isso, também, por fatores externos, como a questão climática - que não depende de política ou gestão de governo. O lado ruim é que o PIB perdeu fôlego no fim do ano, o que significa entrar em 2025 com tendência de queda", afirma Eliane.
O vice-presidente Geraldo Alckmin se reúne hoje com empresários do setor de alimentos para discutir a inflação dos produtos alimentícios. O governo federal estuda medidas para tentar conter os aumentos - tema que afeta a popularidade do presidente Lula. Dois encontros vão ser coordenados pelo vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Depois da reunião técnica, Lula deve chamar sua equipe para tentar definir que medidas podem ser adotadas no tema. "Discussão para uma solução para a alta dos alimentos está na reta final. O ministro Carlos Fávaro (Agricultura) afirma que não vai haver taxação, controle de preços ou cota de importa. Disso, sobra a possibilidade de redução da carga tributária para a importação de alimentos - a qual os produtores brasileiros não gostam, porque cria competição interna; o tema está sendo calibrado com o próprio setor. Outra possibilidade na mesa é de aumento de crédito para produção de algumas variedades", diz Cantanhêde.