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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu a deputada estadual do PT de Minas Gerais Macaé Evaristo para assumir o Ministério dos Direitos Humanos. Lula se reuniu nesta segunda-feira, 9, com a petista no Palácio do Planalto. Macaé Evaristo entra para o governo após Lula demitir o advogado Silvio Almeida, envolvido em acusações de assédio sexual. "A primeira coisa a registrar é a rapidez com que o presidente resolveu tudo, por na avaliação do Palácio do Planalto é um episódio muito desgastante que mexe na alma do Governo. É interessante a definição do perfil: tinha que ser uma mulher, negra e do PT. Lula fez uma foto da posse com 11 mulheres e, entre os três primeiros demitidos, duas eram mulheres; era preciso compensar. Além disso, os pivôs da crise eram negros. A ministra vai mexer muito agora no Ministério dos Direitos Humanos, pois já há indícios de que o assédio do ex-ministro não foi o único. Sua primeira tarefa é descontaminar o ambiente em uma Pasta tão simbólica quanto esta", analisa Eliane.
Aliados de Jair Bolsonaro parabenizaram Donald Trump pela vitória da eleição para presidência dos Estados Unidos. Pelas redes sociais, apoiadores do ex-presidente também projetaram o próximo pleito no Brasil, marcado para 2026. O retorno do republicano à Casa Branca é uma aposta dos bolsonaristas para o fortalecimento da extrema direita no País. Bolsonaro está inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral, e os bolsonaristas apostam na aprovação no Congresso de uma anistia para que o ex-presidente possa ser candidato na próxima eleição presidencial brasileira. "Nas vésperas da eleição, presidente Lula defendeu a vitória de Kamala Harris em nome da democracia, mas já se sabia que ele reconheceria rapidamente o resultado e fez isso. A vitoria do Trump tem um efeito enorme no Brasil. Bolsonaro fazia loas a ele no primeiro mandato. O bolsonarismo está em festa também porque acha que isso interfere na inelegibilidade do ex-presidente, para que seja candidato em 2026 e para fortalecer o bolsonarismo no Brasil. Elon Musk vem aí para apoiar seus candidatos de direita, mundo a fora", afirma Cantanhêde.
A colunista e o subeditor de Internacional do Estadão, Luiz Raatz, diretamente de Washington, conversam com Carolina Ercolin e Haisem Abaki sobre a reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
O presidente Lula deve se reunir hoje com mais ministros para discutir o pacote de corte de gastos em elaboração no governo, depois de ter discutido o projeto ontem, com os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) e Camilo Santana (Educação). A ideia, de acordo com nota do próprio Ministério da Fazenda, é que outros ministros também possam “opinar e contribuir” no pacote de cortes. Não ficou claro, porém, quais ministros serão chamados para as conversas. Também ainda não está definido quando o pacote será divulgado. "O dólar disparou e aí o presidente Lula acordou e determinou que Haddad cancelasse uma viagem para ficar concentrado na questão dos gastos. A questão técnica está bem definida, logo, o que está faltando é a decisão política - e é nisso que Lula vem trabalhando. Gastos obrigatórios podem estar na mira", diz Eliane.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apresentam nesta quinta-feira, 31, a governadores a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. A PEC é uma tentativa do governo de tentar minimizar os problemas numa das áreas pior avaliadas da gestão petista. Na reunião realizada no Palácio do Planalto, governadores que apoiam o governo e também os de oposição cobraram ações de combate à criminalidade que vão além do que está previsto na PEC. "Há um temor de que este pacote retire autonomia dos estados sobre segurança pública e dê ingerência do governo federal sobre os estados nesta área. Mas o ponto positivo é que esta aberta a discussão. A proposta é avaliada positivamente pelos especialistas, agora é debater, fazer ajustes e tranquilizar os governadores. O crime organizado hoje é transnacional. Lula só comete um erro: demora neste debate. O Ministério da Justiça apresentou esta proposta em março para a Casa Civil e eles enrolaram. Vamos ver se com a reunião, avança; é fundamental para o Brasil", diz Eliane.
O presidente Lula discute hoje à tarde com governadores, no Palácio do Planalto, mudanças nas políticas de segurança pública no país. A ideia de Lula e de auxiliares é que o governo federal participe mais da formulação e implementação das políticas públicas sobre o tema, em especial no combate ao crime organizado. Lula também convidou representantes do Congresso Nacional e do Judiciário para o encontro, além de secretários estaduais de segurança. O presidente quer enviar ao Congresso uma proposta de emenda à Constituição para ampliar a atuação da União na área. Atualmente, a maior parte das atribuições de segurança cabe aos governos estaduais com suas polícias civis e militares. "Este pacote está parado desde março porque há muitas dúvidas Jurídicas, especialmente por ser uma PEC; é necessário negociar muito delicadamente. Os governadores acionam o governo federal pedindo socorro contra o crime, mas, pela Constituição, o papel federal é muito restrito. A ideia é dar mais poderes ao governo federal para coordenação de ações na Segurança Pública, com maior sintonia com procedimentos comuns entre os estados", diz Cantanhêde.