As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
A China anunciou hoje que vai impor, a partir de 10 de fevereiro, tarifas de 10% a 15% sobre alguns produtos dos Estados Unidos como resposta à decisão do presidente americano, Donald Trump, de taxar mercadorias chinesas em 10%. Ontem, o governo dos Estados Unidos anunciou a suspensão, por um mês, do aumento das tarifas, em 25%, sobre as importações do México e do Canadá após um acordo com os dois países que, entre outras medidas, prometeram reforçar a segurança em suas fronteiras. Por outro lado, Trump também ameaçou impor tarifas à União Europeia, embora sem especificar as taxas e os prazos. Em entrevista à Rádio Eldorado, Lia Valls, pesquisadora associada do FGV Ibre e professora da Uerj, disse que uma eventual taxação de produtos europeus pode acelerar o acordo de comércio entre o Mercosul e a União Europeia. “Ele (Trump) usa a tarifa como se fosse uma guerra”, afirmou.
Discussões sobre a regulamentação do serviço de moto-táxi e de uma CPI para investigar as enchentes no Jardim Pantanal devem ser os principais temas dos trabalhos do 1º semestre deste ano na Câmara Municipal de São Paulo. A avaliação foi feita nesta quarta-feira pelo presidente da Casa, Ricardo Teixeira, durante entrevista à Rádio Eldorado. O serviço de moto-táxi é alvo de uma disputa judicial na qual, pelo menos provisoriamente, a Prefeitura vem conseguindo barrar a oferta pelas empresas 99 e Uber. Teixeira defendeu a regulamentação, mas com restrições e critérios para garantir a segurança dos passageiros. Na entrevista, ele também disse que não pretende impedir investigações propostas pelo PT sobre as enchentes no Jardim Pantanal nem travar pautas ideológicas apresentadas por parlamentares de direita. “A preferência tem que ser dos 55 vereadores”, alegou.
Pela primeira vez em 23 anos, moradores da capital e da Região Metropolitana de São Paulo passaram a utilizar mais o transporte individual (carro, moto, táxi e veículo por aplicativo) do que o transporte coletivo (metrô, trem e ônibus). A conclusão é da tradicional pesquisa Origem e Destino (OD), divulgada ontem pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Realizada desde 1967, sempre em intervalos de dez anos, a pesquisa foi antecipada para este ano a fim de investigar os efeitos já visíveis das mudanças trazidas pela pandemia de covid-19, como as restrições à mobilidade, o isolamento social e os novos modelos de trabalho e estudo (home office, trabalho híbrido e ensino a distância) na forma como a população da Região Metropolitana se desloca no dia a dia. Em entrevista à Rádio Eldorado, o gerente de Planejamento e Meio Ambiente do Metrô, Luiz Cortez, atribuiu parte dos resultados às mudanças de hábitos após a pandemia, mas apontou a necessidade de políticas públicas de investimento em transporte e de segurança para pedestres e ciclistas.
Como havia prometido, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou ontem dois decretos que impõem tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Com a iniciativa, Trump retomou a política que já havia adotado em 2018, durante o primeiro mandato, de favorecer os fabricantes americanos dos dois produtos. No Brasil, a taxação do aço terá forte impacto sobre as siderúrgicas, já que o País é o segundo maior fornecedor do metal para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. No governo brasileiro, a orientação era aguardar o detalhamento das medidas para tentar encontrar alguma possibilidade de negociação com o governo de Trump. Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor Pedro Brites, da Escola de Relações Internacionais da FGV, disse que, num primeiro momento, a taxação e a retaliação devem gerar impactos inflacionários nos países envolvidos. Para ele, o Brasil pode reagir impondo tarifas sobre alguns produtos americanos, mas “a diplomacia brasileira é cautelosa e não tende a agir com emoção, com o fígado”.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) recebeu o aval do governo paulista para começar a projetar a Linha 20-Rosa, que terá 33 quilômetros de extensão e ligará as cidades de Santo André e São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, à zona oeste da capital. Serão 24 estações: 18 em São Paulo, três em Santo André e outras três em São Bernardo do Campo - além de dois pátios de manutenção. Na capital, a previsão é que a linha passe por locais como Lapa, Pinheiros, Vila Olímpia, Itaim Bibi e Moema. O projeto do novo ramal promete atender 1,3 milhão de pessoas diariamente. Em entrevista à Rádio Eldorado, o prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Marcelo Lima, disse que o projeto se junta a outras obras de mobilidade realizadas por municípios do ABC. “É uma região que depende muito da capital, com moradores que trabalham em São Paulo todos os dias e perdem horas no trânsito”, afirmou.
O mês passado foi o janeiro mais quente registrado até agora no mundo. A constatação é do observatório europeu Copernicus, destacando que o recorde estabelecido há um ano foi superado. Apesar da chegada do fenômeno La Niña, que tem um efeito de resfriamento, janeiro de 2025 teve um aumento na temperatura média de 1,75ºC em relação ao mesmo mês desde a época pré-industrial. Esse recorde coincide com o aumento nas emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem. Cientistas do clima esperavam que esse período diminuísse após um evento de El Niño atingir seu pico em janeiro de 2024 e as condições mudarem gradualmente para La Niña, que é a fase oposta. Em entrevista à Rádio Eldorado, o coordenador de Política Internacional do Observatório do Clima, Claudio Angelo, disse que a situação põe em risco a tentativa do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C. “Não existe dose segura de aquecimento global. Este é um limite manejável e que está sendo aos poucos perdido”, afirmou. Ele destacou que é preciso cortar as emissões de combustíveis fósseis, mas ressaltou que o governo de Donald Trump nos Estados Unidos está indo na direção contrária.