As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
A Universidade de São Paulo (USP) lançou nesta segunda-feira, 13, no Museu do Ipiranga, o Programa Patronos do Fundo Patrimonial, um instrumento de captação de recursos existente desde 2021. Fundada em 1934 após uma campanha do jornalista Júlio de Mesquita Filho no jornal O Estado de S. Paulo, a USP completa 90 anos em janeiro de 2024. A universidade tem cerca de 97 mil alunos e 6 mil professores em seus oito câmpus espalhados pelo Estado. Nessas quase nove décadas, a USP se transformou em referência em ensino e pesquisa no País. O Fundo Patrimonial da USP é composto por um fundo principal, que pode financiar atividades diversas de pesquisa e extensão, e subfundos que se dedicam a áreas específicas da universidade. Fazem parte do escopo de atuação do mecanismo as áreas de Ensino, Ciência e Inovação; Cultura; Diversidade, Inclusão Social e Permanência Estudantil; Saúde; Sustentabilidade Ambiental e Infraestrutura. Hoje, a USP é mantida por meio do financiamento público do Estado. Juntas, USP, Unicamp e Unesp recebem 9,5% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor Hélio Nogueira da Cruz, presidente do Conselho de Administração da Fundação Gestora do Fundo Patrimonial da USP, demonstrou preocupação com a reforma tributária em discussão no Congresso, que vai acabar com o ICMS. “Os recursos podem até aumentar, mas tem aí uma incerteza”, afirmou.
O ex-ministro da Justiça e professor da USP Miguel Reale Junior criticou hoje o eventual fatiamento do Ministério da Justiça com a recriação do Ministério da Segurança Pública. O governo ainda não assume publicamente essa possibilidade, mas estuda a medida após a saída do ministro Flávio Dino, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). “Não vejo necessidade (de recriar o Ministério da Segurança Pública). O Ministério da Justiça já está bem esvaziado com a criação de outras pastas, como a dos Direitos Humanos”, afirmou Reale durante entrevista à Rádio Eldorado. Apesar dessa posição, o ex-ministro ressaltou que “o eixo da segurança pública tem que ser dado pelo governo federal porque os Estados não podem fazer políticas diversas”.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, reforça o tom adotado pelo governador Tarcísio de Freitas nesta terça-feira, 28, e chama a greve do Metrô e da CPTM de “ato político”.
O plenário da Assembleia Legislativa deve votar na semana que vem o projeto de desestatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), enviado pelo governador Tarcísio de Freitas. A previsão é do relator da proposta, deputado Barros Munhoz (PSDB), que espera obter de 55 a 60 votos favoráveis. A intenção do Estado foi a motivação para uma greve de metroviários, ferroviários, professores e funcionários da Sabesp realizada nesta terça-feira. Em entrevista à Rádio Eldorado, Munhoz disse que acatou em seu relatório sugestões da oposição ao governo estadual com dispositivos para evitar o aumento da tarifa e garantir estabilidade de 18 meses aos funcionários da companhia. “Não vai aumentar a tarifa”, afirmou.
O Estadão passou a ser alvo de ataques e de divulgação de fake news depois de revelar em uma série de reportagens que Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas” e um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas, esteve em reuniões no Ministério da Justiça. Em março, ela se encontrou com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos, e em maio, teve uma reunião com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Na reportagem que revelou o caso, publicada no dia 13 de novembro, o próprio Ministério confirmou a presença de Luciane na comitiva para os dois encontros. No domingo passado, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou suas redes sociais para atacar o Estadão, compartilhando – como se fosse digna de crédito – uma suposta denúncia anônima contra o jornal que teria sido apresentada no site do Ministério Público do Trabalho (MPT). Ato contínuo, militantes petistas na internet passaram a repercutir a notícia falsa. Para o presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu, em vez de ataques ao jornal, o episódio deveria servir para a formulação de políticas públicas contra o crime organizado. Em entrevista à Rádio Eldorado, ele também destacou que existe “um conjunto de responsabilidades” entre o governo e o Congresso e defendeu ajustes nas leis por parte dos parlamentares.
O Brasil, campeão mundial de incidência de raios, terá 40% mais descargas elétricas até o final do século, segundo o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Osmar Pinto Junior. A cada ano, o país registra cerca de 78 milhões de raios. Um deles matou o guia de turismo Leilson de Souza enquanto fazia uma trilha neste domingo na Pedra da Gávea. Segundo o professor do INPE, a negligência sobre os riscos e a falta de informação são as principais causas das mortes, cerca de 80 por ano. Como a maioria dos óbitos ocorre ao ar livre, buscar abrigo dentro de um veículo ou de um imóvel é uma medida de segurança. Deve-se evitar o contato com aparelhos elétricos conectados à tomada e tomar banho durante a tempestade.
Sobre os mitos, Osmar Pinto Júnior reforça que “um raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. Prova disso é Cristo Redentor, atingido por até 6 raios por ano”. Esconder espelhos também é uma crendice popular inócua para se proteger porque o utensílio não atrai descargas elétricas.