As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
O Brasil, campeão mundial de incidência de raios, terá 40% mais descargas elétricas até o final do século, segundo o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Osmar Pinto Junior. A cada ano, o país registra cerca de 78 milhões de raios. Um deles matou o guia de turismo Leilson de Souza enquanto fazia uma trilha neste domingo na Pedra da Gávea. Segundo o professor do INPE, a negligência sobre os riscos e a falta de informação são as principais causas das mortes, cerca de 80 por ano. Como a maioria dos óbitos ocorre ao ar livre, buscar abrigo dentro de um veículo ou de um imóvel é uma medida de segurança. Deve-se evitar o contato com aparelhos elétricos conectados à tomada e tomar banho durante a tempestade.
Sobre os mitos, Osmar Pinto Júnior reforça que “um raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. Prova disso é Cristo Redentor, atingido por até 6 raios por ano”. Esconder espelhos também é uma crendice popular inócua para se proteger porque o utensílio não atrai descargas elétricas.
O ex-ministro da Justiça e professor da USP Miguel Reale Junior criticou hoje o eventual fatiamento do Ministério da Justiça com a recriação do Ministério da Segurança Pública. O governo ainda não assume publicamente essa possibilidade, mas estuda a medida após a saída do ministro Flávio Dino, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). “Não vejo necessidade (de recriar o Ministério da Segurança Pública). O Ministério da Justiça já está bem esvaziado com a criação de outras pastas, como a dos Direitos Humanos”, afirmou Reale durante entrevista à Rádio Eldorado. Apesar dessa posição, o ex-ministro ressaltou que “o eixo da segurança pública tem que ser dado pelo governo federal porque os Estados não podem fazer políticas diversas”.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, reforça o tom adotado pelo governador Tarcísio de Freitas nesta terça-feira, 28, e chama a greve do Metrô e da CPTM de “ato político”.
O plenário da Assembleia Legislativa deve votar na semana que vem o projeto de desestatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), enviado pelo governador Tarcísio de Freitas. A previsão é do relator da proposta, deputado Barros Munhoz (PSDB), que espera obter de 55 a 60 votos favoráveis. A intenção do Estado foi a motivação para uma greve de metroviários, ferroviários, professores e funcionários da Sabesp realizada nesta terça-feira. Em entrevista à Rádio Eldorado, Munhoz disse que acatou em seu relatório sugestões da oposição ao governo estadual com dispositivos para evitar o aumento da tarifa e garantir estabilidade de 18 meses aos funcionários da companhia. “Não vai aumentar a tarifa”, afirmou.
O Estadão passou a ser alvo de ataques e de divulgação de fake news depois de revelar em uma série de reportagens que Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas” e um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas, esteve em reuniões no Ministério da Justiça. Em março, ela se encontrou com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos, e em maio, teve uma reunião com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Na reportagem que revelou o caso, publicada no dia 13 de novembro, o próprio Ministério confirmou a presença de Luciane na comitiva para os dois encontros. No domingo passado, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou suas redes sociais para atacar o Estadão, compartilhando – como se fosse digna de crédito – uma suposta denúncia anônima contra o jornal que teria sido apresentada no site do Ministério Público do Trabalho (MPT). Ato contínuo, militantes petistas na internet passaram a repercutir a notícia falsa. Para o presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu, em vez de ataques ao jornal, o episódio deveria servir para a formulação de políticas públicas contra o crime organizado. Em entrevista à Rádio Eldorado, ele também destacou que existe “um conjunto de responsabilidades” entre o governo e o Congresso e defendeu ajustes nas leis por parte dos parlamentares.
O Senado deve iniciar hoje a análise de duas propostas do pacote econômico do governo para elevar a arrecadação em 2024. Uma delas é a regulamentação do mercado de apostas esportivas online e a outra estabelece regras para a tributação de offshores (investimentos no exterior) e fundos de investimento exclusivos para pessoas de alta renda. Os dois projetos em pauta já foram aprovados pela Câmara dos Deputados. As iniciativas fazem parte do esforço da equipe econômica para aumentar a arrecadação em R$ 169 bilhões e zerar o déficit nas contas públicas já no próximo ano. Em entrevista à Rádio Eldorado, a professora de economia do Insper, Juliana Inhasz, disse que o governo precisa da aprovação destas e de outras medidas, mas ressaltou que o déficit zero “não é tão fácil de alcançar mesmo que a arrecadação aumente”.