As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), disse nesta sexta-feira que espera a aprovação pelo Congresso, ainda neste ano, do pacote de contenção de gastos anunciado ontem pelo governo. Em entrevista à Rádio Eldorado, ele afirmou que “a recepção de todos os líderes foi positiva”, mas admitiu que “ruídos” na comunicação do plano geraram uma reação negativa no mercado financeiro, elevando o dólar para o patamar de R$ 6. Para Padilha, a situação deve mudar a partir de esclarecimentos dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) a partir de um almoço que terão hoje com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. “O mercado deve conhecer mais detalhadamente as medidas”, ressaltou. Na entrevista, o ministro negou que o aumento da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais possa resultar em perda de arrecadação, alegando que haverá uma compensação com a maior taxação das rendas de mais de R$ 50 mil por mês. Segundo ele, a medida “é neutra do ponto de vista fiscal”. Durante a entrevista de Padilha à Rádio Eldorado, a cotação do dólar subia de R$ 6 para R$ 6,04.
Haisem Abaki conversa com a pesquisadora na área de arquitetura e urbanismo com enfoque em cidades, espaço público e questões sociais urbanas, além de pesquisadora das concessões e privatizações realizadas pela prefeitura da capital, entre elas a concessão do estádio do Pacaembu.
Nos primeiros atos após a posse, com uma canetada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, perdoou 1,5 mil envolvidos na invasão do Capitólio em 2021, após a derrota dele nas urnas para Joe Biden. Em outro decreto, declarou emergência na fronteira com o México - para onde enviou tropas -, extinguiu programas de concessão de asilo, determinou deportações em massa e ordenou o fim da concessão de cidadania para filhos de imigrantes ilegais que nascem no país. Trump também classificou os cartéis de drogas como organizações terroristas globais, o que deixou no ar a possibilidade de ações militares no México. Ainda na América Latina, reiterou a intenção de retomar o controle do Canal do Panamá. Na área ambiental, anunciou incentivos à produção de petróleo e a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, que tenta limitar o aumento da temperatura do planeta. Em relação à América Latina, declarou que “eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles”. Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan disse que as primeiras medidas de Trump já servem como um recado claro de sua presidência. “Ele não pretende servir à sociedade americana, mas a interesses privados bem definidos”, afirmou.
Depois de 17 anos, o sorotipo 3 da dengue voltou a circular de forma mais intensa no Brasil desde o fim do ano passado, juntamente com o 1, o 2 e o 4, e já representou 40,8% dos casos de dezembro segundo o Ministério da Saúde. Especialistas temem o aumento da incidência da doença, já que os infectados somente desenvolvem imunidade para o sorotipo que os atingiu, ficando sujeitos aos demais. Em São Paulo, no total dos sorotipos, já são 43.817 casos prováveis neste ano e 13.921 confirmados, com um óbito. Os dados foram apresentados pela coordenadora em Saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde, Regiane de Paula, durante entrevista à Rádio Eldorado nesta segunda-feira. O governo paulista lançou na semana passada um plano de ações de combate ao mosquito transmissor e de incentivo à vacinação de crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, cuja adesão está abaixo da esperada.
Recentes decisões de empresas chamadas de big techs, as plataformas digitais mundiais, de encerrar serviços de checagem de informações e programas internos de diversidade e inclusão, têm gerado críticas de especialistas em tecnologia, comunicação e direito do consumidor. Uma delas foi a Meta, dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, que anunciou na semana passada a substituição de verificadores de fatos por notas comunitárias. Em seguida, decidiu abandonar seu programa de diversidade, equidade e inclusão, que previa critérios de contratação, treinamento e escolha de fornecedores. Outra empresa gigante do setor, a Amazon, anunciou internamente em dezembro passado a descontinuidade do programa de inclusão. Em entrevista à Rádio Eldorado, o jornalista e professor da ECA-USP Eugênio Bucci, que também é colunista do Estadão, disse que o alinhamento das big techs ao ideário do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ocorre para combater os esforços mundiais de regulação do segmento. Nesse sentido, Bucci refutou o argumento de liberdade de expressão, utilizado pelas plataformas de tecnologia e por extremistas de direita contrários à regulação das plataformas digitais. “Onde existe regulação democrática, a censura tem menos chance de acontecer”, afirmou.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 24 horas para o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), explicar o muro construído na Cracolândia, na região da Santa Ifigênia. A administração municipal tem alegado que o muro foi construído para substituir tapumes que eram “quebrados com frequência em partes pontiagudas, oferecendo risco de ferimentos às pessoas em situação de vulnerabilidade, moradores e pedestres, e prejudicando a circulação nas calçadas”. Parlamentares do PSOL pedem que a prefeitura seja multada e condenada a derrubar a construção. A deputada Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi assinam a representação. Eles afirmam que a medida é “autoritária, segregacionista e ineficaz”. O pedido foi apresentado em uma ação relatada por Moraes sobre a Política Nacional para a População em Situação de Rua. Antes de decidir, o ministro quer ouvir a prefeitura. Em entrevista à Rádio Eldorado, a antropóloga Roberta Costa, ativista do movimento social Craco Resiste, disse que o muro agrava a situação vulnerabilidade de dependentes químicos e moradores de rua na região. “É um grande símbolo da tortura cotidiana que acontece ali”, afirmou.