As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
O desempenho agressivo do candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, que obteve 28,14% dos votos e ficou em terceiro lugar na disputa, mostra o poder de engajamento das redes sociais e pode impactar as próximas campanhas eleitorais. A avaliação é do cientista político e diretor de projetos do Movimento Voto Consciente, Bruno Silva, entrevistado nesta segunda-feira pela Rádio Eldorado. “Vai existir a partir de agora uma campanha pós-Marçal. Isso pode trazer impactos daqui a dois anos, gerando outros “Marçais”, afirmou.
A Academia Paulista de Letras realiza no dia 05 de novembro um seminário sobre mudanças climáticas com foco na região serrana e litoral entre Rio de Janeiro e São Paulo. O evento, em parceria com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) e o Sindicato das Empresas de Seguros e Resseguros (Sindseg-SP), vai discutir a antecipação de riscos de desastres naturais e o papel dos seguros na mitigação das vulnerabilidades. Em entrevista à Rádio Eldorado, o presidente do Sindseg-SP, Rivaldo Leite, disse que o setor já vem se adaptando às mudanças climáticas com a oferta de novos seguros e ressaltou que o objetivo do seminário é fazer um alerta à população sobre o tema. O seminário será realizado no auditório da APL, no Largo do Arouche, 312, no Centro de São Paulo. As inscrições gratuitas podem ser feitas até o dia 04 pelo e-mail secretaria@academiapaulistadeletras.org.br.
Moradores de Valência, na Espanha, a mais atingida por temporais que ocorrem no país desde a última terça-feira, não foram avisados com antecedência sobre a tragédia climática que causou pelo menos 205 mortes. A informação foi dada pela psicóloga brasileira Danielle Feitosa, que é de Manaus e mora em Valência há quatro anos. “Não alertaram nada, ninguém estava preparado para isso Toda essa desgraça foi em 30 minutos”, afirmou.
Os temporais que atingem o sul e o leste da Espanha já deixaram pelo menos 205 mortos, segundo as autoridades locais. Ainda há desaparecidos e as equipes de resgate vasculham escombros de imóveis e carros que foram arrastados pelas águas em busca de vítimas. Em entrevista à Rádio Eldorado, o cônsul-geral do Brasil em Barcelona, Pedro Borio, disse que ainda não há notícias de brasileiros entre as vítimas. Ele calcula que há cerca de 25 mil brasileiros na região de Valência, que é uma das mais atingidas.
As mortes registradas no trânsito cresceram de janeiro a setembro deste ano em todos os modais no Estado de São Paulo. No balanço do Infosiga, plataforma do governo paulista que reúne esses dados, foram computados 4.605 óbitos, um acréscimo de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior. O maior aumento ocorreu no grupo dos motociclistas. Foram 1.925 mortes, com alta de 20,4% em relação ao mesmo período de 2023. Entre os pedestres, 1.068 perderam a vida, numa elevação de 17,9%. Já as mortes de ciclistas, tiveram acréscimo de 17,8%, com 317 casos. Além disso, 1.023 ocupantes de automóveis morreram de janeiro a setembro deste ano, num aumento de 16,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos dados gerais, também aparecem mortes em caminhões e ônibus. Em entrevista à Rádio Eldorado, o procurador do Trabalho Renan Kalil, que também é pesquisador da USP e professor do Insper, disse que há múltiplos fatores para a violência no trânsito e um deles envolve as plataformas digitais de entregas de alimentos e outros produtos. “É preciso olhar para as plataformas digitais como se elas fossem empresas de entrega. O ritmo da atividade é imposto pelas plataformas. O tempo em que a entrega vai acontecer é determinado pela empresa e o entregador fica sujeito a uma suspensão e até bloqueio”, afirmou. O especialista ressaltou que já existe uma lei que veda essa prática, mas apontou que a fiscalização ainda não é a adequada.
A derrota de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo provocou uma espécie de caças às bruxas nas fileiras do PT em busca dos culpados pelo fracasso do candidato apoiado pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma reunião da Executiva Nacional do PT, ontem, foi marcada por críticas ao governo, lavagem de roupa suja em público e duras cobranças a respeito da necessidade de um “reposicionamento” da legenda após as derrotas sofridas nas eleições municipais. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi duramente atacado durante o encontro por ter dito que o PT “não saiu ainda do Z4 [zona de rebaixamento] que entrou em 2016 nas eleições municipais”. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, criticou publicamente a declaração do ministro. Já o PSD, foi o partido que elegeu o maior número de prefeitos no pleito municipal e avançou principalmente sobre redutos consolidados do PSDB, do MDB e do União Brasil. Entre as 887 prefeituras conquistadas pelo PSD, 236 eram gerenciadas há 12 anos ou mais por uma das três siglas. Em entrevista à Rádio Eldorado o cientista político e professor da FGV Carlos Pereira disse que discursos extremistas “ficaram caducos” e avaliou que o PT e o bolsonarismo terão que buscar novas estratégias para 2026 após o avanço da centro-direita.