As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
O cineasta francês, Karim Soumaïla, vê a exclusão de direitos da população negra na abolição da escravatura em comum entre a República Francesa e a brasileira. No entanto, o autor do documentário “O Panteão de Memórias Negras”, que será exibido no próximo domingo, 19, às 23h, na TV Cultura, em homenagem ao Dia da Consciência Negra, também avalia que a ligação direta dos afrodescendentes franceses com suas as colônias - o que não ocorreu com o Brasil - permitiu um senso crítico mais politizado, que desencadeou em diversos protestos na luta, por exemplo, de reconhecer a escravidão como um crime contra a humanidade.
O Ministério de Minas e Energia informou ontem que a situação no bairro de Mutange, em Maceió, está estabilizada e caso haja o colapso de uma mina será “de forma localizada e não generalizada”. A capital alagoana decretou estado de emergência na semana passada por causa do risco iminente de desmoronamento da mina da petroquímica Braskem, que até 2019 fazia a extração de sal-gema em 35 poços abertos na cidade. A Igreja Batista do Pinheiro, uma das últimas edificações que seguiam funcionando no bairro, foi interditada pela Defesa Civil na tarde de ontem depois que um último culto foi celebrado. A engenheira geóloga Regla Toujaguez, professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), disse que, apesar da estabilização nos últimos dias, “o risco de colapso ainda existe”.
O ex-ministro da Justiça e professor da USP Miguel Reale Junior criticou hoje o eventual fatiamento do Ministério da Justiça com a recriação do Ministério da Segurança Pública. O governo ainda não assume publicamente essa possibilidade, mas estuda a medida após a saída do ministro Flávio Dino, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). “Não vejo necessidade (de recriar o Ministério da Segurança Pública). O Ministério da Justiça já está bem esvaziado com a criação de outras pastas, como a dos Direitos Humanos”, afirmou Reale durante entrevista à Rádio Eldorado. Apesar dessa posição, o ex-ministro ressaltou que “o eixo da segurança pública tem que ser dado pelo governo federal porque os Estados não podem fazer políticas diversas”.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, reforça o tom adotado pelo governador Tarcísio de Freitas nesta terça-feira, 28, e chama a greve do Metrô e da CPTM de “ato político”.
O plenário da Assembleia Legislativa deve votar na semana que vem o projeto de desestatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), enviado pelo governador Tarcísio de Freitas. A previsão é do relator da proposta, deputado Barros Munhoz (PSDB), que espera obter de 55 a 60 votos favoráveis. A intenção do Estado foi a motivação para uma greve de metroviários, ferroviários, professores e funcionários da Sabesp realizada nesta terça-feira. Em entrevista à Rádio Eldorado, Munhoz disse que acatou em seu relatório sugestões da oposição ao governo estadual com dispositivos para evitar o aumento da tarifa e garantir estabilidade de 18 meses aos funcionários da companhia. “Não vai aumentar a tarifa”, afirmou.
O Estadão passou a ser alvo de ataques e de divulgação de fake news depois de revelar em uma série de reportagens que Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas” e um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas, esteve em reuniões no Ministério da Justiça. Em março, ela se encontrou com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos, e em maio, teve uma reunião com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Na reportagem que revelou o caso, publicada no dia 13 de novembro, o próprio Ministério confirmou a presença de Luciane na comitiva para os dois encontros. No domingo passado, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou suas redes sociais para atacar o Estadão, compartilhando – como se fosse digna de crédito – uma suposta denúncia anônima contra o jornal que teria sido apresentada no site do Ministério Público do Trabalho (MPT). Ato contínuo, militantes petistas na internet passaram a repercutir a notícia falsa. Para o presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu, em vez de ataques ao jornal, o episódio deveria servir para a formulação de políticas públicas contra o crime organizado. Em entrevista à Rádio Eldorado, ele também destacou que existe “um conjunto de responsabilidades” entre o governo e o Congresso e defendeu ajustes nas leis por parte dos parlamentares.