As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
A decisão de ampliar de dois para quatro os períodos de férias anuais no calendário escolar da rede estadual (SP) foi respaldada por estudos, uma decisão de gestão. Entrevistado no Jornal Eldorado, o secretário de Educação, Rossieli Soares, confirma que a APEOESP, sindicado dos professores, não foi consultada. "Tanto em abril como em outubro, as famílias terão de se organizar. A escola não é responsável pela guarda das crianças, mas pela aprendizagem. Os pais vão preferir, a longo prazo, um processo que seja mais benéfico para os jovens", disse o ex-ministro da Educação na gestão Temer.
Rossieli anunciou com exclusividade o início de uma pesquisa entre os profissionais da educação sobre as principais demandas da área do Estado. Segundo o secretário, a preferência pela adoção da militarização de instituições não está prevista. "Somente se houver desejo da comunidade escolar".
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que governou o Estado de São Paulo por quase três décadas, viu o número de candidatos eleitos para os Executivos municipais despencar pelo segundo pleito consecutivo. Neste ano, os tucanos elegeram 273 prefeitos em todo o País — 250 a menos do que em 2022, quando conquistaram 523 prefeituras. Na região metropolitana de São Paulo, a vitória só ocorreu em Santo André. A sigla não conquistou nenhuma das capitais brasileiras, mas conseguiu algumas vitórias no Mato Grosso do Sul, em Pernambuco e no Rio Grande do Sul. Na cidade de São Paulo, o resultado deste ano foi ainda pior para os tucanos. O apresentador José Luiz Datena teve apenas 1,84% dos votos válidos na disputa pela prefeitura. Foi o pior desempenho da sigla na história das eleições paulistanas, no “berço político” do partido. Ainda na capital paulista, os tucanos não conseguiram eleger nenhum vereador. Em entrevista à Rádio Eldorado, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, deu outros números, alegando que a quantidade de prefeitos filiados ao partido já havia caído para 296 e que agora foram eleitos 276. Para ele, o PSDB “cometeu muitos erros desde a sucessão de FHC em 2002″ e “sofreu um ataque especulativo” nos últimos anos. “O maior dos erros foi não ter lançado candidato à Presidência da República em 2022″, afirmou. Para manter o partido vivo, Perillo defendeu um avanço na federação formada com o Cidadania, possíveis fusões e o lançamento de uma candidatura própria à Presidência em 2026.
A bancária Ana Carolina Oliveira (Podemos), de 40 anos, mãe de Isabella Nardoni, assassinada em 2008, foi eleita vereadora em São Paulo. Ela obteve mais de 129 mil votos, sendo a segunda mais votada para a Câmara Municipal. Em entrevista à Rádio Eldorado, a vereadora eleita disse ter “transformado a luta em luto” e que sua prioridade será a apresentação de projetos voltados ao combate à violência contra crianças. Uma das propostas dela será a presença de psicólogos nas escolas “para verificar os problemas antes que se chegue ao extremo”. Isabella Nardoni foi assassinada em 2008, aos 5 anos, ao ser jogada da janela do sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo, onde estava com o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá. Em 2010, Anna Jatobá e Alexandre Nardoni foram considerados culpados pelo júri popular pela morte da criança. Anna Jatobá recebeu uma pena de quase 27 anos e, Alexandre Nardoni, uma sentença de 31 anos e 1 mês. Os dois sempre negaram a autoria do crime. Hoje, ambos cumprem a pena em regime aberto.
O desempenho agressivo do candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, que obteve 28,14% dos votos e ficou em terceiro lugar na disputa, mostra o poder de engajamento das redes sociais e pode impactar as próximas campanhas eleitorais. A avaliação é do cientista político e diretor de projetos do Movimento Voto Consciente, Bruno Silva, entrevistado nesta segunda-feira pela Rádio Eldorado. “Vai existir a partir de agora uma campanha pós-Marçal. Isso pode trazer impactos daqui a dois anos, gerando outros “Marçais”, afirmou.
Um balanço divulgado hoje pelas Forças Armadas de Israel mostra que 782 soldados morreram em combate na guerra na Faixa de Gaza e nos ataques do grupo terrorista Hamas, ocorridos há um ano. No território palestino, quase 42 mil pessoas foram mortas pelas forças de Israel, segundo o Ministério da Saúde. Em 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas invadiram e atacaram o sul de Israel, matando mais de 1.200 pessoas. Outras cerca de 250 foram feitas reféns, das quais mais de 100 continuam em cárcere. Ontem, um ataque lançado pelas forças de Israel contra uma mesquita na Faixa de Gaza matou 26 pessoas. Segundo autoridades palestinas, o local servia de abrigo para refugiados e está localizado nas proximidades do Hospital Al-Aqsa, o principal do território. O Exército de Israel garantiu que a área era um posto de comando do Hamas. A guerra completa hoje um ano, com os militares israelenses em atuação também contra o Hezbollah, no Líbano, com sucessivos ataques israelenses que, além de militantes do grupo radical xiita, mataram civis, incluindo dois adolescentes brasileiros. Em entrevista à Rádio Eldorado, o cientista social Daniel Douek, assessor especial do Instituto Brasil-Israel, disse que o Hamas está enfraquecido, mas não aniquilado como prometeu o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. “A capacidade do Hamas está muito debilitada, mas a solução militar unicamente não é capaz de derrotar o grupo. É preciso também uma solução política, talvez com a oferta de exílio e a composição de um governo palestino com outros grupos”, afirmou.
Os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), que, conforme as pesquisas, disputam duas vagas no segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, ensaiaram na noite de ontem um comportamento mais propositivo no debate promovido pela TV Globo - o último antes da votação de domingo. No decorrer do encontro, no entanto, os adversários voltaram a recorrer às provocações e ataques mútuos. Boulos questionou Marçal pelo estilo “bonzinho” adotado no debate e acusou o rival de misoginia. Na resposta, o candidato do PRTB chamou Boulos de “esquerdopata maluco”. No embate com Nunes, Marçal relembrou uma acusação de violência doméstica contra o rival. Nunes, por sua vez, chamou o adversário de “covarde”. Já a candidata Tabata Amaral (PSB), foi incisiva em críticas aos três primeiros colocados, mas conseguiu ser efetiva na apresentação de propostas. Em entrevista à Rádio Eldorado, o cientista político Renato Dorgan, diretor-executivo do Instituto Travessia e especialista em pesquisas qualitativas e quantitativas, avaliou que Tabata pode ter conseguido “certa conversão de indecisos”. Durante o confronto, ele monitorou, em uma pesquisa qualitativa, as reações de eleitores declarados dos candidatos e aqueles que diziam ainda não saber em quem votar.