As principais notícias do dia com Haisem Abaki e Carolina Ercolin
Em votação simbólica, a proibição do uso do celular por alunos da educação básica nas escolas públicas e privadas foi aprovada ontem pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O Estado será o primeiro do País a ter uma legislação que impede o uso do aparelho inclusive nos intervalos de aulas, com o objetivo de neutralizar os prejuízos que as telas provocam para crianças e adolescentes, comprovados por pesquisas recentes. A expectativa é de que a lei seja sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A proibição deverá entrar em vigor já em 2025. Segundo o texto, as escolas deverão criar soluções para guardar os celulares “de forma segura, sem a possibilidade de acessá-los durante o período de aulas”. No plano federal, a expectativa é de que o Congresso aprove um projeto de lei semelhante ainda neste ano. Um estudo publicado em 2023 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) concluiu que o uso do celular em sala de aula tem impacto negativo na memória e na compreensão dos alunos. Em entrevista à Rádio Eldorado, a deputada estadual Marina Helou (Rede), autora do projeto de lei, disse que o tema é de interesse comum, teve apoio suprapartidário e rompeu a polarização política. “É o melhor caminho para o desenvolvimento saudável das nossas crianças e adolescentes”, afirmou.
O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse, em entrevista exclusiva à Rádio Eldorado, que a opinião do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, terá peso na definição dos rumos do partido em 2026, mas ressaltou que a decisão será coletiva. Nunes declarou ser contrário ao apoio do MDB a uma eventual candidatura à reeleição do presidente Lula (PT). Na entrevista, Temer também defendeu o ministro Alexandre de Moraes, indicado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF). Sobre as críticas por ele relatar o inquérito do golpe, em que é apontado como vítima, Temer citou um argumento jurídico segundo o qual a agressão não seria contra Moraes como pessoa física, mas contra o sistema democrático. “Se há um novo relator e uma nova ameaça ao novo relator. Então ele também não pode porque é vítima. Daí vai para um terceiro que também será ameaçado, portanto, vítima. Então quem é que vai julgar isso? Essa é uma situação delicada”, afirmou. Acompanhe a entrevista completa aqui.
O Governo de São Paulo lançou ontem a campanha SP Sempre Alerta – Operação Chuvas. A iniciativa, realizada pela Defesa Civil, em parceria com outros órgãos estaduais, tem foco na prevenção de desastres naturais e se concentra em preparar o Estado para a temporada de chuvas intensas, na tentativa de minimizar os riscos e garantir pronta resposta em situações de emergência. Durante o evento, houve o anúncio da entrada em funcionamento de novos radares meteorológicos e de investimentos de R$ 64,3 milhões. Outra novidade, iniciada nesta quarta-feira, é o sistema Defesa Alerta, baseado na tecnologia cell broadcast. Agora, quem estiver em uma área com risco de desastre receberá um alerta independentemente de cadastro prévio. Desde agosto, o sistema já vinha sendo testado em São Sebastião, no Litoral Norte do Estado. Todas as pessoas que tiverem um celular com tecnologia 4G ou 5G receberão alertas da Defesa Civil. O sistema funciona mesmo com o aparelho sem crédito ou no modo silencioso. A nova ferramenta será utilizada em caso de eventos severos ou extremos. Durante o alerta, os telefones vibram e emitem um sinal sonoro com duração de cerca de 10 segundos. Em entrevista à Rádio Eldorado, o tenente Maxwel Celestino de Souza, diretor-adjunto de Comunicação da Defesa Civil estadual, disse que a mensagem de texto se sobrepõe ao conteúdo que está sendo visualizado na tela e o cidadão só consegue continuar utilizando o aparelho depois que visualizar o conteúdo enviado.
Os partidos de oposição da Coreia do Sul apresentaram hoje uma moção de impeachment do presidente Yoon Suk-yeol, que está enfrentando pressão para deixar o cargo horas depois de ter encerrado uma lei marcial de curta duração que levou tropas a cercar o parlamento antes que os legisladores votassem para revogá-la. O impeachment de Yoon exigiria o apoio de dois terços do parlamento para a moção e, então, o apoio de pelo menos seis juízes da Corte Constitucional. A moção, submetida em conjunto pela principal legenda de oposição, o Partido Democrata, e cinco partidos menores de oposição, pode ser colocada em votação já na sexta-feira. Os principais conselheiros e secretários de Yoon se ofereceram para renunciar coletivamente e os membros de seu gabinete, incluindo o ministro da Defesa Kim Yong-hyun, também enfrentam pedidos para renunciar. Na terça-feira à noite, Yoon impôs a lei marcial de emergência, prometendo eliminar as forças “anti-Estado” depois que lutou para levar adiante sua agenda no parlamento dominado pela oposição. A lei gerou fortes protestos populares nas ruas e foi efetiva por cerca de seis horas apenas, já que a Assembleia Nacional votou para anular os poderes do presidente. Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor visitante da Universidade de Relações Exteriores da China Marcus Vinicius de Freitas, disse que, após o episódio, uma espécie de “autogolpe”, o presidente sul-coreano “tem chances reduzidas de ficar no poder”.
A Polícia Militar de São Paulo matou 496 pessoas entre janeiro e setembro deste ano, o maior número desde 2020, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado. Além das estatísticas da letalidade policial crescente, uma sequência de casos nos últimos dias acendeu o alerta sobre a violência em abordagens da PM. Entre os casos de repercussão, estão: a morte de uma criança de quatro anos na Baixada Santista, de um estudante de Medicina baleado em um hotel da capital, o assassinato de um homem negro com tiros nas costas após uma tentativa de roubo em um mercado e, no caso mais recente, o flagrante de policiais atirando um homem de uma ponte na Zona Sul de São Paulo. Neste último episódio, a vítima sobreviveu e 13 policiais foram afastados das ruas após o início das investigações pela Corregedoria da corporação. Em entrevista à Rádio Eldorado, o coronel reformado José Vicente da Silva Filho, que é professor do Centro de Altos Estudos de Segurança da PM e ex-secretário nacional de Segurança Pública, defendeu que o governador Tarcísio de Freitas “faça urgentemente uma revisão da política de segurança” que tem à frente o secretário Guilherme Derrite. “A polícia tem compromisso com a legalidade e a ética. A política de segurança do governador subiu no telhado”, afirmou.
Em 2024, os brasileiros realizaram mais atividades culturais em comparação ao ano anterior com o aumento do consumo de streaming, novelas e idas a espetáculos. A conclusão é da pesquisa Hábitos Culturais, realizada pelo Datafolha e pelo Observatório Fundação Itaú. Segundo o levantamento, 97% dos 2.494 entrevistados afirmam ter realizado alguma atividade cultural este ano, 61% dizem realizar pelo menos uma atividade cultural presencial por mês, enquanto 88% optaram pelo formato remoto no período, superando os 72% do ano passado. A questão social continua sendo fator relevante para as práticas culturais: 59% de pessoas das classes D e E recorrem às atividades gratuitas, contra apenas 23% das classes A e B. A insegurança e a violência e questões financeiras são os principais motivos para o afastamento dos programas presenciais, com 35% cada. As justificativas são seguidas por cansaço, desânimo ou preguiça (26%), falta de disponibilidade de horários (25%) e distância em relação aos equipamentos culturais (24%). Foram entrevistados homens e mulheres, com idade entre 16 e 65 anos de todas as classes econômicas, de 06 a 16 de agosto de 2024, através de abordagem em pontos de fluxo populacional. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%. Em entrevista à Rádio Eldorado, a gerente do Observatório Fundação Itaú, Carla Chiamareli, disse que os resultados indicam que “as pessoas têm sede de cultura”, mas também apontam para a necessidade de políticas públicas voltadas para vários segmentos. “O acesso à cultura tem que ser acompanhado de outras políticas, como mobilidade, zeladoria, iluminação e segurança”, afirmou.