Pelo menos 15 laboratórios brasileiros armazenam amostras que contêm o vírus causador da paralisia infantil, doença erradicada no País, indicam os primeiros resultados de inquérito eletrônico iniciado há um ano pelo Ministério da Saúde por exigência da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil foi o último a realizar o levantamento. A poliomielite (paralisia infantil) está erradicada no Brasil e nas Américas desde 1994 em razão das campanhas de vacinação. Mas a existência de vírus armazenados traz risco de reintrodução da doença, se não forem tomados os devidos cuidados nos laboratórios. Daí a preocupação da OMS. Segundo André Gemal, responsável pelo levantamento no ministério, pelo menos 6.712 laboratórios do País responderam ao inquérito, o que coloca o Brasil a frente da Alemanha, por exemplo, que apesar de ser um país menor tem um número maior de laboratórios, enfatiza. "Vamos verificar estes 15 laboratórios in loco". O relatório deverá ser encaminhado à OMS na próxima semana para aprovação. Plano da organização finalizado em 2002 estabeleceu que o primeiro passo para evitar que os vírus escapassem dos laboratórios seria o levantamento de unidades que trabalham pesquisando o microrganismo ou que têm amostras guardadas que podem estar contaminadas. É o caso de fezes e água de esgoto coletadas para análises quando ainda havia circulação do vírus , que pode sobreviver por 30 anos sob temperatura de - 70ºC. O segundo passo do plano da OMS é o processo de eliminação do micro organismo. O Ministério da Saúde brasileiro ensaiou um levantamento em 2004 via questionários impressos, mas houve pouca adesão por causa da falta de divulgação, afirma Gemal.