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20 instituições têm 4 ou mais cursos na mira do governo

Universidade Paulista (Unip) é a pior: terá 26 cursos auditados pelo MEC

Por Lisandra Paraguassu, Clarissa Thomé e Brás Henrique

Apenas 20 instituições privadas de ensino superior concentram 32% dos cursos 1 e 2 que serão vistoriados pelo MEC. Algumas são conhecidas na lista dos piores cursos do País, como a Universidade Presidente Antonio Carlos (Unipac), de Minas, e o Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac). A campeã da lista, no entanto, é uma das maiores instituições privadas do País, a Universidade Paulista (Unip), que vai passar por vistoria em 26 cursos de 7 das 13 áreas avaliadas. Por nota, a Unip justificou que a baixa pontuação pode ser explicada pelo pouco empenho do aluno na resolução da prova, já que a nota obtida por ele não constará no histórico escolar. Duas das instituições, a Unipac - com 17 cursos na lista - e a Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), com 14, apareceram na lista há três anos porque seus cursos estavam sendo contestados pelo MEC. Um artigo da constituição estadual de Minas determinou que as instituições privadas do Estado fiquem sob a jurisdição do Conselho Estadual de Educação (CEE), quando deveriam responder ao Conselho Nacional. O MEC contesta o Estado em ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal que até agora não foi julgada. Enquanto isso, as instituições continuam se expandindo - agora para fora do Estado - com autorização do CEE. Apenas a Unifenas tem mais de 700 cursos, especialmente formação de professores, muitos deles sediados em escolas municipais, salas de prefeituras e salões paroquiais. O pró-reitor de Coordenação Acadêmica e Assuntos da Reitoria da Unipac, José Orleans da Costa, afirmou que não pode se manifestar sem "avaliar cada caso, ver os dados previamente". "Temos mais de 50 mil alunos, em unidades em mais de 170 cidades no Estado, e preciso verificar o resultado do Enade com calma." O Estado tentou contatar a direção da Unifenas até o início da noite, mas ninguém estava autorizado a falar sobre o Enade. O professor Paulo Lima, assessor pedagógico do Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac), disse que a instituição ainda vai ponderar o resultado do Enade, mas adiantou que dos sete cursos avaliados, todos da área de saúde, só nutrição teve nota 1. Das 4 universidades fluminenses que estão entre as 20 instituições que concentram os cursos reprovados, apenas a Universidade Gama Filho se pronunciou. Em nota, a UGF informa que está analisando os dados do Conceito Preliminar. "A instituição adianta que uma das ações previstas será intensificar o ensino da disciplina Saúde Coletiva em todos os cursos da área de Saúde", informa o texto. A assessoria da Universidade Paranaense, de Umuarama, noroeste do Paraná, informou que os diretores da instituição marcaram uma reunião para a noite de ontem, quando seria avaliado o resultado do Enade. Ninguém se pronunciaria antes dessa reunião. A instituição teve oito cursos com conceitos preliminares 1 e 2, o que exigirá avaliação in loco. Na Universidade do Contestado, em Caçador, no centro-oeste de Santa Catarina, que também teve oito cursos com conceitos 1 e 2, a secretária da direção acadêmica disse que alguém entraria em contato. Mas, no fim da tarde, a informação era de que nenhum dos diretores estava na instituição. FEDERAIS Na lista dos 508 piores cursos pelo Conceito Preliminar, aparecem 22 federais. As universidades de Alagoas, com os cursos de Medicina, Nutrição e Agronomia, e do Maranhão, com Serviço Social, Farmácia e Enfermagem, são as instituições com maior número na lista. As de Santa Catarina, Sergipe e a Federal Fluminense têm dois cursos cada.

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