Na última sexta-feira, durante evento em São Paulo que debateu o ensino médico, a reportagem ouviu participantes sobre a proposta em debate no Ministério da Educação (MEC) para criar um novo marco regulatório para residências. Bráulio Luna Filho, coordenador de exames do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, destacou que acha inviável realizar uma prova nacional para residência, em razão das diferenças das instituições que atualmente fazem suas próprias provas. Já Luiz Guilherme de Souza, da Direção Nacional de Estudantes de Medicina, enfatizou que a entidade prefere avaliações processuais. "Ainda não tomamos conhecimento da proposta, mas só apoiamos se ela vier acompanhada de medidas para auxiliar na melhora do ensino. Não queremos mais uma avaliação pontual, terminal." Membro da diretoria da Associação Brasileira de Educação Médica, Milton Martins destaca que na França as provas nacionais de residência levam os médicos a sumir dos hospitais para estudar. "Defendo avaliações ao longo da graduação e que poderiam ter peso para o acesso à residência", afirmou o médico. O MEC, o Ministério da Saúde e gestores começaram o movimento para aperfeiçoar os cursos de Medicina e as residências em 2007, quando criaram uma comissão interministerial para discutir novos critérios para a abertura de escolas de graduação, além de diretrizes para a residência. Os novos critérios para a abertura de cursos foram definidos neste ano e já está em curso a reavaliação das ofertas de vagas da residência. O próximo passo nesse processo é a qualificação.
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