Direitos da criança e do adolescente

Vulnerabilidade social: Cinco dados sobre o Cenário da Infância e Adolescência no Brasil

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Foto do author Bruna Ribeiro
 

A infância e a adolescência no Brasil continuam enfrentando desafios estruturais graves, conforme aponta a edição 2025 do relatório Cenário da Infância e Adolescência no Brasil, publicado pela Fundação Abrinq. O estudo revela indicadores sobre pobreza, desnutrição, educação, trabalho infantil e mortalidade infantil, destacando a urgência de políticas públicas eficazes para mitigar essas questões. Confira cinco dados a respeito da violação de direitos de crianças e adolescentes divulgados no documento:

Pobreza

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Em 2023, 46,5% das crianças com até 6 anos viviam em condições de pobreza no Brasil, um total de 9,4 milhões de crianças. Na região Norte, o percentual sobe para 53,3%. A pobreza extrema atinge 16,7% das crianças dessa faixa etária, evidenciando a vulnerabilidade social em que vivem as futuras gerações do país.

Fome e desnutrição 

Em 2023, 3,8% das crianças com até 5 anos apresentavam peso abaixo do ideal para a idade, totalizando quase 280 mil crianças. Na região Norte, o percentual chega a 4,7% e na região Nordeste, a 4,1%. O Brasil também registrou 200 mortes por desnutrição proteico-calórica em crianças com até 4 anos em 2023, sendo que o Norte e o Nordeste concentraram os maiores índices de óbitos.

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Mortalidade Infantil 

A taxa de mortalidade infantil (mortes de crianças com até 1 ano) foi de 12,6 óbitos por mil nascidos vivos em 2023, sendo o segundo maior valor desde 2015. Já a mortalidade na infância (mortes de crianças com até 5 anos) alcançou 15 por mil nascidos vivos, a maior dos últimos nove anos. Fatores como a desnutrição materna e o baixo peso ao nascer estão diretamente relacionados a esses índices preocupantes.

Trabalho Infantil

Apesar de uma redução histórica, o trabalho infantil ainda impacta milhões de crianças e adolescentes no Brasil. Em 2023, 1,6 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estavam em situação de trabalho infantil. Os dados do primeiro semestre de 2024 mostram que 1,1 milhão de adolescentes entre 14 e 17 anos estavam envolvidos em atividades classificadas como trabalho infantil, comprometendo sua segurança e desenvolvimento.

Educação 

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Embora tenha havido avanços nas taxas de aprovação e conclusão escolar, problemas estruturais persistem. Em 2023, 36,8% das crianças de até 3 anos frequentavam creches, um avanço que ainda está aquém da meta do Plano Nacional de Educação (50% até 2030). Além disso, 33 mil creches no Brasil não possuem parques infantis, 26 mil não têm banheiros adequados e mais de 6 mil escolas públicas carecem de saneamento adequado.

Um chamado para ação

Segundo a Fundação Abrinq, os dados reforçam a necessidade urgente de investimentos públicos robustos e integrados para garantir os direitos das crianças e adolescentes brasileiros. Para a organização, o acesso a serviços básicos de qualidade, como saúde, alimentação e educação, é essencial para mudar essa realidade e proporcionar um futuro digno para as novas gerações.

O relatório completo está disponível no site da Fundação Abrinq. Confira neste link.

 

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