Em sua 11.ª edição, a primeira dos últimos anos sem as restrições impostas pela pandemia, a Semana de Design de São Paulo, DW! 22, retoma agora seu formato original. Em cartaz até domingo, 11, mais de cem atrações presenciais, distribuídas em oito distritos, integram a programação oficial do evento. Trata-se de uma oportunidade única de se atualizar com as últimas novidades do setor, de conferir os mais recentes trabalhos de designers consagrados, mas também os destaques de uma nova geração.
Jovens que têm feito da diversidade - de origem, propostas, objetivos e visões de mundo - o motor propulsor de suas criações e para os quais, apesar dos poucos anos de estrada, o festival paulistano se tem revelado uma eficiente plataforma de lançamento. “Apresentada na Itens Collections em 2019, a luminária Cabaça, sucesso de vendas até hoje, foi o primeiro produto que lancei na Design Week”, lembra o designer Lucas Lima. Um entre os cinco jovens presentes nesta edição da mostra que, pela atualidade de suas propostas, merecem um olhar atento.

Karol Suguikawa
“Por intermédio de meus móveis pretendo tocar as pessoas, fazê-las pensar. Me agrada a ideia de que elas me reconheçam neles. Isso me deixa mais segura quanto às críticas”, afirma a designer, arquiteta formada pela Universidade Estadual de Goiás, com especialização no Instituto Politécnico de Milão. “A Itália me colocou em contato com algumas das minhas maiores influências: o movimento de design radical dos anos 1970 e designers como Gaetano Pesce e Enzo Mari, que ousaram contestar o estabelecido.”

Victor Vasconcelos
A influência dos dias vividos, desde a infância, no ateliê da mãe, estilista, é claramente perceptível nos móveis criados pelo hoje designer Victor Vasconcelos. Basta observar o rigor na escolha dos materiais, a preocupação com o acabamento, a riqueza tátil e visual dos tecidos. “Penso que o design hoje, especialmente após a pandemia, quando voltamos nossos olhares para dentro e revivemos tantas memórias e sensações, deve trazer consigo uma mensagem, e não apenas responder a uma função”, acredita ele.

Lucas Lima
Produzir para sua própria marca, por sua vez, continua a ser a principal meta do paulistano Lucas Lima. “Meu maior sonho é conseguir ter meu estúdio e minha independência de criação e produção.” Enquanto isso não acontece, porém, ele continua a turbinar seu currículo. Aluno bolsista, recém-graduado em design de produtos, sua primeira mostra como designer ocorreu em 2017, no Salão Satélite de Milão, com a rede de descanso Aguida, um projeto acadêmico de investigação sobre o trançado de corda náutica.

Sofia Venetucci
Entre a pequena e a grande escala, o produto industrial ou a peça artesanal, a designer Sofia Venetucci prefere contemplar todas as possibilidades. “Trabalhar em larga escala implica um compromisso fundamental do designer com a questão da sustentabilidade. Já as pequenas séries permitem explorar o minucioso ofício do artesão. Tudo me interessa”, considera ela, graduada em Design de Produtos, pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, que, desde 2017, tem concentrado sua atuação no design de mobiliário.

Marcus Camargo
“Nas minhas criações, arte e design andam juntos. Não consigo dividir”, afirma o designer goiano Marcus Camargo. Formado em artes visuais com bacharelado em design de interiores, pela Universidade Federal de Goiás, desde muito cedo ele se dedicou a experimentar as mais diversas técnicas de produção, até chegar à sua matéria-prima ícone, a cerâmica. “Nasci na cidade de Cora Coralina. Comecei nas artes plásticas, parti para a dança, cheguei ao design. Acredito que isso me trouxe muito repertório e liberdade de criação”, diz.