?Cada vez que eu pego um trem, sento perto da janela só para observar os fios que interligam os postes, à medida que o trem avança. Amo o jeito que eles dividem a paisagem e também a forma como, nas vilas mediterrâneas, cordas são esticadas para demarcar o espaço em dias de festas?, com estas palavras o designer cipriota Michael Anastassiades descreve sua inspiração para criar String Lights (luzes nas cordas). Um dos lançamentos apresentados pela Flos na Euroluce 2013, feira bienal de iluminação, que reuniu 500 expositores em quatro pavilhões da Fiera Milano. Minimal e poética, como um desenho traçado a lápis em pleno ar, String Lights é um projeto conceitualmente simples e ao mesmo tempo inovador. Uma receita de sucesso seguida por nove entre dez luminárias apresentadas este ano. Assim, saem de cena as grandes cúpulas, que tanto sucesso fizeram na última década, e em seu lugar retorna o minimalismo. Luminárias geométricas, de linearidade acentuada, por vezes, adotando fluorescentes tubulares em sua composição, ganharam força. Assim como as soluções dimerizadas, capazes de ajustar a intensidade da luz às diferentes necessidades ao longo do dia. Em busca do primordial, Anastassiades, que pela primeira vez desenhou uma luminária, abriu mão de formas rebuscadas. Em seu sistema de iluminação, são as cúpulas que funcionam como contrapeso aos cabos esticados, estabelecendo uma relação direta com a arquitetura ao redor. ?Trababalho por subtração, nunca por simplificação. Mas no caso dessa luminária, a simplicidade é só visual. Por dentro, ela é pura tecnologia?, diz. Como tudo em iluminação, o designer reconhece que seu projeto é fruto de um longo processo de evolução. ?Ele não existiria da forma que foi concebido, se não fosse a tecnologia LED?, pontua o designer. ?Os leds vieram para mudar a própria noção que temos da luz. E, sinceramente, acho que estamos apenas começando a conhecê-la melhor.? No que, do ponto de vista tecnológico, ele parece ter toda a razão. Após o controle de sua intensidade, dotar a lâmpada LED de uma tonalidade mais quente, próxima à da banida incandescente, parece ser a próxima fronteira. A conferir, nas futuras luminárias.
/MARCELO LIMA
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