Dicas e curiosidades sobre animais

Como é sua comunicação com seu cachorro?

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Foto do author Luiza  Cervenka

A comunicação não-verbal é ainda mais importante para cães - Foto: Ana Paula @petinphoto

Segundo pesquisas, os cães fazem parte da vida dos humanos há mais de 20 mil anos. Ou seja, quando estávamos iniciando a comunicação falada, lá estava o cachorro acompanhado a evolução.

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Ao longo do tempo, a fala e a audição se tornaram as vias principais de comunicação entre humanos. Mesmo com animais fazemos uso dessa mesma via, através do ensino de palavras de comando como "senta", "deita" ou "fica". É uma forma de trazer os cães para nosso mundo verbal.

O grande problema acontece quando nos focamos somente nessa via de comunicação e esquecemos as outras, como a corporal.

A comunicação prioritária (e mais sutil) dos cães é através de sinais corpóreos, chamados sinais de calma (calming signals). Lamber focinho, abaixar orelhas, virar o rosto são alguns deles.

Mesmo que o ser humano tenha dificuldade de compreender e atender o cão com comunicação sutil, os cães são capazes de criar formas de se fazer entender e ter suas necessidades atendidas (mesmo que seja ganhar petisco).

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Enquanto o cão tenta encontrar maneiras de se fazer entender, o abençoado ser humano dificulta mais e mais.

Para pedir para subir no sofá, por exemplo, o cachorro põe as patinhas sobre a almofada. Ao compreender a linguagem do cão, o humano pega o cachorro no colo e coloca-o no sofá.

Uma comunicação exemplar, com emissor, memsagem e receptor, sem que haja um pingo de vocalização.

Mas o problema começa quando o receptor (o humano) é instável e inconstante. Um dia ele atende à solicitação do cão, mas no outro dia, o cachorro está sujo e ele não quer que o animal suba no sofá. Aí aquela simples patinha na almofada passa a não ser mais efetiva. Ele precisa latir.

Para que ele não incomode os vizinhos, o humano acaba se cansando e atendendo o cão, que sobe no sofá. Na próxima vez, o cachorro irá usar a comunicação mais efetiva: o latido.

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É bem nessa hora que o tutor se irrita e briga com o cachorro, mandando ele ficar quieto.

Mas peraí! Quem ensinou o cachorro de que latir é a comunicação mais efetiva, com a qual ele será atendido?!

Isso, em hipótese alguma, quer dizer que você deve ignorar os latidos. Mas atender ou redirecionar o cão, quando ele utilizar a comunicação sutil (pode ser até apenas com o olhar).

Muitas vezes, a grande questão comportamental pode ser apenas uma falha de comunicação. Cabe a nós, tutores, investirmos na melhora da qualidade de vida e relação com nossos peludos.

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