No início desta semana, conferi os lançamentos e portfólio das principais marcas do mercado de revestimentos e acabamentos na ExpoRevestir, dedicada a profissionais do setor e lojistas, que acontece até o dia 14 de março na São Paulo Expo. Considerada um dos maiores eventos do segmento, a feira aponta os caminhos deste mercado que, segundo dados da Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres), coloca o Brasil como o terceiro maior produtor, o terceiro maior mercado consumidor e o classifica entre os 10 principais países no ranking das exportações.
(ANELISA É DESIGNER DE INTERIORES E JORNALISTA. PERFIL NO INSTAGRAM: @anelisalopes)
Nas últimas décadas, este papel de destaque tem influenciado diretamente na tecnologia envolvida na fabricação de revestimentos (piso e parede) e acabamentos (metais, louças e acessórios) e, nos anos mais recentes, no reaproveitamento dos resíduos decorrentes desta produção. O impulso deste avanço tecnológico produtivo - que, para mim, teve papel de destaque não só entre as empresas topo de linha, mas também junto às mais acessíveis presentes na feira - incide diretamente em uma mudança de ciclo deste segmento, ainda marcado pelo cenário da pandemia. O elemento terroso e orgânico que, nos últimos anos foi o placebo para o período de isolamento, sai de cena para dar lugar a peças que ainda trazem esta caracterização natural, mas este "conforto" passa do natural para o digital: o sensorial, obtido pelo toque por meio da textura destas peças, tem papel fundamental para desencadear emoções a partir de uma abordagem minimalista e futurista.
O desenho dos materiais trazem uma composição entre linhas orgânicas e retas: bordas arredondadas, mas com limites estabelecidos, evocam a união, mas também sugerem um cenário futurista. As cores caminham da saturação para o efeito metalizado, predominantemente cromado para os metais e prata/perolizado para as placas de MDF. Esta antecipação do futuro traz o minimalismo como linguagem predominante no desenho de peças com desenho limpo, mas muitas vezes multifuncionais, que precisam servir a espaços menores. Cores e padrões neutros, com destaque para a volta do cinza, mas numa paleta morna e quente, buscam promover sensação de relaxamento e praticidade. Os interiores caminham para serem discretos, sustentáveis e sensoriais, mas com uma aparência premium acima de tudo.












Mix entre marcas - a estética modernista brasileira serviu de inpsiração para dar origem à coleção Nexus, do grupo Dexco (Hydra, Deca, Portinari, Castelatto, Ceusa, Durafloor e Duratex). A linha sugere um mix entre peças desenhadas por cada marca, como o misturador (ainda em fase de teste) e cuba Deca, cobogó Castelatto, painel Duratex e ladrilho Ceusa (fotos: arquivo pessoal).
A etapa de escolha de revestimentos e acabamentos para uma obra pode ser desafiadora se você - ou o profissional que está propondo seu projeto - basear as escolhas limitando-se em preço e visual. O ideal é considerar as opções de compra a partir das propriedades técnicas de cada material. Ainda não há como dissociar o emprego da tecnologia do valor agregado da peça, mas, como designer de interiores, costumo explicar aos meus clientes que a preferência pela qualidade para esta etapa da obra evita dores de cabeça futuras com manutenção e substituição. Há opções para todos os gostos, usos e bolsos, acredite.
OBS: a DW Design Week! e a estreia da Casa Dexco, no Conjunto Nacional, aconteceram simultaneamente à ExpoRevestir nesta semana. Na próxima quarta farei um post extra sobre estes eventos e o que eles trazem de novidade para o mercado. Até lá!