À moda de Frida

Por que Frida Kahlo nunca sai de moda? Exposições em diversas partes do mundo e projetos especiais dedicados à icônica artista mexicana ajudam a responder a questão

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Por Lays Tavares
Frida Kahlo em 1939: estética que atravessa gerações Foto: divulgação

Frida Kahlo está entre nós. Mais de 60 anos após sua morte, a artista mexicana permanece influenciando a moda, a fotografia e o teatro com suas cores fortes - e personalidade idem. Os típicos vestidos mexicanos com que aparece em autorretratos (e que inspiraram, por muitas vezes, estilistas como Jean Paul Gaultier e Dolce & Gabbana) vem à público em uma exposição inédita em cartaz em Londres. Trata-se do registro fotográfico do acervo de Frida feito por Ishiuchi Myiako, uma das poucas pessoas a ter acesso às peças. Isso porque após o falecimento de Frida, em 1954, seu marido, o também pintor Diego Rivera, trancou os pertences dela em um banheiro do imóvel do casal, na Cidade do México, e exigiu que ficassem ali por pelo menos 15 anos depois da morte dele. 

A porta só foi aberta em 2004 e as 300 imagens de Myiako, exibidas agora na Michael Hoppen Gallery, mostram vestidos coloridos, roupas de banho, óculos de sol e até a prótese usada por Frida - a artista teve a perna amputada devido a complicações de saúde decorrentes da poliomelite que contraiu na infância. “Esses elementos caracterizam a ‘persona’ que ela criou para si mesma e que sobrevive ao tempo. Por ser forte, autêntica e ter o poder de transformar as pequenas dores cotidianas em arte, Frida personifica o que muitas pessoas buscam para si”, afirma Camila Fontenele, fotógrafa paulistana criadora do projeto “Todos Podem Ser Frida”.No trabalho, que será mostrado em breve na Unusual Art Gallery de Caserta, na Itália, Camila reúne imagens de homens e mulheres caracterizados como Frida. 

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Além das mostras alternativas, grandes exposições dedicadas à artista mexicana estão programadas para os próximos meses: o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, receberá em setembro “Frida Kahlo e as Mulheres Surrealistas no México”, em que reunirá obras da pintora e de outros nomes como Maria Izquierdo e Remedios Varo. Em novembro, o Jardim Botânico de Nova York sedia “Frida Kahlo: Art, Garden & Life”, que revela a relação da artista com a natureza e tem o patrocínio de Carolina Herrera, estilista venezuelana radicada nos Estados Unidos.

No Brasil, as tranças e as sobrancelhas marcadas de Frida podem ser vistas também no teatro. Depois de uma temporada de sucesso em São Paulo, a peça “Frida e Diego”, estrelada por Leona Cavalli e José Rubens Chacha, está em cartaz no Rio. Escrita por Maria Adelaide Amaral, a trama retrata a relação amorosa conturbada e impulsiva dos dois maiores pintores mexicanos do século XX. São todos bons caminhos para entender o fenômeno Frida e o poder que torna sua estética irresistível até os dias de hoje.

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